terça-feira, 28 de dezembro de 2010

São Paulo, pura contradição!

A cidade de São Paulo tem fama de ser cosmopolita. Porém, e sempre tem um porém, é uma cidade que tem dificuldade com sua própia diversidade. Diversidade não significa ausência de desigualdade, de conflito social. São Paulo é muitas e muitas cidades, territórios e espaços numa só. É pura contradição.
Em São Paulo tem indio na favela lutando com outros brasileiros por uma vida mais digna. Na favela Real Parte, no bairro nobre do Morumbi, zona sul de São Paulo, indios Pankararu para não serem queimados juntos com seus barracos correram do fogo, mas não da luta. Das chamas, salvaram sua dignidade, as máscaras sagradas do ritual do Toré, reunião para cultuar os encantados, entoar cantos, cobrir o corpo com os praiás (as máscaras que incorporam os espíritos) e dançar ao som do maracá. O Toré mantém viva a cultura e identidade do grupo aonde quer que ele esteja.
Estima-se haver mais de 50 mil índios vivendo nas cidades brasileiras, dentro do universo de 720 mil índios do país, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os Pankararu somam 1,6 mil pessoas em São Paulo, a maioria na favela Real Parque, e compartilham a história da migração indígena com mais 19 etnias que se fixaram no município paulista e seus arredores. Em meio à população urbana da metrópole, há mais de 12 mil indígenas, distribuídos em comunidades pobres e em quatro aldeias Guarani. Em sua maioria originária do Nordeste, os indigenas chegaram a São Paulo após casos de invasão de suas terras, dificuldade de produção de alimentos, e, até, carência de oportunidades de educação e saúde nas aldeias. Coincide com a construção do estádio do Morumbi, por exemplo, o estabelecimento dos primeiros Pankararu à margem do rio Pinheiros, ainda na década de 1950. A viagem de 2,2 mil km da aldeia de Brejo dos Padres, em Pernambuco, até o centro urbano, foi empreendida, primeiro, pelos homens, que sobreviveram da renda na construção civil, e foi seguida pela chegada de suas famílias e da fundação da Vila da Mandioca, hoje, Real Parque.
Preservar os traços culturais é desafio mesmo para as etnias que ainda vivem em aldeias, como os Guarani Mbyá das aldeias Tekoá Itu e Tekoá Pyiaú, do pico do Jaraguá, e das aldeias Tenonde Porã e Krukutu, da região de Parelheiros. No Jaraguá, a menor aldeia do Brasil (2,7 hectares) sofre com as pressões por reintegração de posse, a construção do trecho oeste do Rodoanel e a inserção de projetos imobiliários na região. Ali a presença indígena remonta ao século 16, e a língua guarani ainda é falada e ensinada no centro de educação bilíngue construído no local. A religiosidade e a produção artesanal estão entre os principais elementos da resistência Guarani, já que a terra não pode ser mais fonte de sobrevivência.

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Blog Olhar sobre o Mundo Veja o arquivo Ikpeng, os “exilados” do Xingu com fotos do Parque Indígena do Xingu, no nordeste no Mato Grosso. O Parque Indígena do Xingu, que em 2011 completará 50 anos, notabilizou os irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas Boas pelos seus trabalhos em defesa das populações indígenas.

domingo, 19 de dezembro de 2010

A covardia do racismo brasileiro

O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, para quem não quer se iludir ele fica escancarado ao olhar mais casual e superficial. O olhar aprofundado só confirma a primeira impressão: os negros estão mesmo nos patamares inferiores, ocupam a base da pirâmide social e lá sofrem discriminação e rebaixamento de sua autoestima em razão da cor. No topo da riqueza, eles são rechaçados com uma violência que faz doer. Quando não discrimina o negro, a elite dominante o festeja com um paternalismo hipócrita ao passo que apropria e ganha lucros sobre suas criações culturais sem respeitar ou remunerar com dignidade a sua produção. Os estudos aprofundados dos órgãos ofi ciais e acadêmicos de pesquisa demonstram desigualdades raciais persistentes que acompanham o desenvolvimento econômico ao longo do século 20 e início do 21 com uma fi delidade incrível: à medida que cresce a renda, a educação, o acesso aos bens de consumo, enfim, à medida que aumentam os benefícios econômicos da sociedade em desenvolvimento, a desigualdade racial continua firme. Abdias do Nascimento, incansável aos 96 anos de vida intelectual e militância nas lutas negras no Brasil. Leia a entrevista completa aqui.

Ovos, Tomates e Saúde Pública Os governos federal, estaduais e municipais vêm há muito desenvolvendo argumentos e políticas de terceirização dos serviços de saúde e optando pela minimização das funções do Estado na saúde pública - o que põe a vida humana sob o jugo de critério impróprio, que é o critério do mercado, no fundo o mesmo que se aplica no comércio de ovos e tomates, a mesma lógica, os mesmos princípios. É inútil o médico e o enfermeiro se esmerarem no atendimento se ele for regulado pelas restrições impostas pelo primado do lucro ou pelas limitações que acabam redundando em economia de vida para fazer economia de dinheiro. A economia hospitalar acaba sendo dispensada da sensatez de uma economia política da vida, com repercussões muitas vezes danosas nos próprios serviços médicos; um cenário de descuidos em que a omissão de um técnico é, no mais das vezes, expressão e efeito do modo equivocado e até irracional como o conjunto da instituição hospitalar está organizada. Mais do que questões puramente médicas ou éticas, esses casos indicam uma questão sociológica de valores sociais, de concepções de referência na divisão do trabalho e na definição de procedimentos médicos e hospitalares. José de Souza Martins, sociólogo da USP, no artigo Nossos hospitais enfermos, aponta as verdadeiras razões por trás das recentes mortes em hospitais públicos paulistas: precarização do serviço de saúde decorrente da crescente terceirização de profissionais da área e da má qualidade da formação do agente de saúde para o serviço público.

A Ideologia da Segurança Nacional requentada O controle totalizante sobre as comunidades pobres dentro do paradigma bélico é um modelo muito usado pelos Estados Unidos nas ocupações que promove. E também é um modelo usado por Israel no tratamento do Estado Palestino. Isso significa que existe um atropelo das garantias, as áreas pobres ficam transformadas em territórios de exceção, onde não regem direitos e as garantias são completamente supérfluas porque trabalham com a ideologia da segurança nacional. O governo do Rio tem a polícia que mais mata do mundo, tem toda a ideologia do confronto. O paradigma bélico é comum, inclusive com o uso das forças armadas na segurança pública. As forças armadas norte-americanas jamais entram como polícia. Mas eles gostariam muito que as forças armadas da América Latina entrassem nessa função porque isso faz com que desmoronem. É um fiasco em relação aos objetivos a que ela se propõe, porque na indústria da guerra ela é um espetáculo: vende tanques e armas para os dois lados. O capitalismo é completamente alimentado pelas guerras. Se olharmos toda a história do capitalismo, a própria história dos Estados Unidos, percebemos que nas crises econômicas a guerra levanta a economia. E nós aqui estamos incorporando esse modelito, que é um modelo fracassado. Os Estados Unidos se retiraram do Iraque fracassados, estão se retirando do Afeganistão sem possibilidade de vitória, mas a indústria bélica e seus serviços são vitoriosos. E é essa indústria bélica que agora está sendo mimetizada para as políticas de segurança pública, porque política de segurança pública não tem nada a ver com o que está acontecendo, com a guerra. Há todo um mercado da violência e do controle da violência. Vera Malaguti, socióloga da UERJ, em recente entrevista joga luz sobre as ações militares nas áreas pobres do Rio de Janeiro. Leia a integra aqui.

Geopolítica do crime A farsa da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros. José Cláudio Souza Alves, sociólogo da UFRRJ, no artigo Violência no Rio: a farsa e a geopolítica do crime desnuda a farsa criminológica das ações miliatres nas áreas pobres do Rio de Janeiro sob a lógica da guerra ao terror.

Criminalização da pobreza Todo crime é político, é uma construção política. Quando você está prendendo gente com a mesma extração social, da mesma classe social, da mesma etnia, é claro que é político. Existem 62 mil brasileiros presos por furto. Declaração de Nilo Batista, jurista carioca, no seminário Encarceramento em Massa: Símbolo do Estado Penal. Ouça a declaração completa aqui.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Monteiro Lobato para além do seu tempo

O livro de Monteiro Lobato "Caçadas de Pedrinho", foi publicado em 1933, e teve origem em "A caçada da onça", de 1924. Portanto, poucas décadas após a abolição da escravatura, que aconteceu sem que houvesse qualquer ação que reabilitasse a figura do negro, que durante séculos havia sido rebaixada para que se justificasse moralmente a escravidão, e sem um processo que incorporasse os novos libertos ao tecido da sociedade brasileira. Os ex-escravos continuaram relegados à condição de cidadãos de segunda classe e o preconceito era aceito com total normalidade. Eles representavam o cisco incômodo grudado à retina, o "corpo imperfeito" dentro de uma sociedade que, a todo custo, buscava maneiras de encobri-lo, desbotá-lo ou eliminá-lo, contando com a colaboração de médicos, políticos, religiosos e outros homens influentes daquela ápoca. Monteiro Lobato não era imune a isso. Leia o artigo completo de Ana Maria Gonçalves aqui.

Agende-se e participe

25, 26 e 27/11, das 9h às 21h - A já tradiconal Festa do Livro da USP, em sua 11º edicação, será realizada no saguão do prédio da Geografia e História (Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, SP). Todos os livros vendidos durante o evento terão desconto mínimo de 50% em relação ao preço de capa. Participarão cerca de 130 expositores que vão apresentar ao público um volume em torno de 15.000 títulos de seus catálogos, a maioria deles composta de novidades ou obras que foram publicadas recentemente. Por isso, vá com sua lista pronta e prepare seu bolso!

28/11, a partir das 13h - O Bazar de Discos de São Paulo é um ótima opção para quem quer comprar, vender e trocar discos de vinil antigos de todos os gêneros. O bazar é itinerante e ocorre no último domingo de cada mês sempre em espaços diferentes. Comemorando a décima edição, a organização convidou os músicos Marcos Gerez e Cleber Dantas para uma apresentação especial. O Bazar acontecerá no Tapas Bar (R. Augusta, 1.246, Consolação). O Big Papa Records manda avisar: não ande, corre e garanta o seu biscoito fino!

29/11 a 05/12 - 3ª Mostra Cultural da Cooperifa. Dança, literatura, recreação, cinema, música e distribuição de livros infantis fazem parte da programação, que acontecerá em várias escolas públicas na região do Jardim São Luiz, Parque Santo Antônio, Jardim Guarujá, Jardim Vaz de Lima e Jardim Ângela. A Mostra comemorará os 9 anos de atividade da Cooperifa. É só colar! A programaçõ completa está aqui.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Crass: "Dissemos tudo naquele contexto"

A pretenciosa e corportamental Revista Vice, aquela mesma que pode ser encontrada em balcões de bares da Rua Augusta, em São Paulo, dedicou sua edição #7 (agosto de 2010) ao que os responsáveis pela revista classificam como sendo Antimúsica. O editor convidado desta edição foi ninguém menos que Sam McPheeters, que nos anos de 1990 foi vocalista da banda de hardcore norte-americana Born Against a qual lançou alguns discos pela Vermiform Records, pertencente a Sam. A edição não teria a mesma importância se não fosse pelas 14 páginas da entrevista com os ingleses Penny Rimbaud (acima) e Steve Ignorant (abaixo), membros formadores de uma das bandas punk mais politizada, criativa e ao mesmo tempo controversa desde o final dos anos de 1970: Crass! O tema que motivou a entrevista feita por Andy Capper é pequeno assim como a chamada descabida na introdução da entrevista. Ao leitor é importante compreender a banda no contexto que a originou. Abaixo, trechos que selecionei da entrevista.

Por que a banda acabou?
Penny Rimbaud Sempre achamos que 1984 era essa coisa mítica, orwelliana. E acho que a banda acabou porque eu estava me interessando por coisas além do punk. Os nossos interesses estavam se ampliando, e foi também depois que fizemos aquele último show em Aberdare, que foi tão decepcionante e triste, resultado da Inglaterra perversa da Tatcher. E acho que todos nós sentíamos que ficar pulando no palco e gritando “No more war!” era uma piada frente à pobreza e ao desespero que vimos aquela noite.

O que aconteceu?
PR Era um show beneficente para os mineradores demitidos de Aberdare. Fomos com a van, como sempre, lotada de latas de comida, porque as pessoas estavam literalmente morrendo de fome naqueles vilarejos. Como sempre, naqueles vales estava chovendo, e tudo tinha um aspecto muito triste, uma sensação de destruição e desespero. Muitos homens não sabiam mais o que fariam da vida. Muitos nem sabiam o que tinha acontecido. Era horrível. E o show foi ótimo e todo mundo gostou, mas mesmo assim foi muito triste. Na manhã seguinte o Andy me disse, “Estou saindo da banda, Pen”, e eu não reagi porque pensei, “Beleza, eu entendo perfeitamente”. De certa forma ele deu início ao que acho que teria acontecido de qualquer jeito. Era 1984 e nós tínhamos combinado que terminaríamos naquele ano, e foi por isso que os números do nosso catálogo eram uma contagem regressiva. Dissemos tudo que tinha para ser dito naquele contexto. O fato de que isso ainda seja pertinente hoje é sinal de que nada mudou. Não se pode dizer mais do que falamos, sério, com exceção talvez de tentar oferecer algumas respostas. Mas, sabe, ainda estou procurando pelas respostas. E certamente não são do tipo que podem ser encontradas no contexto do punk rock. Acho que, no contexto do punk rock, fizemos tudo que podíamos ter feito.
Steve Ignorant Estávamos fazendo aquilo desde 1977. Todos aqueles anos, sem intervalo. Morávamos na Dial House, as portas estavam sempre abertas, e no palco éramos as mesmas pessoas que éramos no dia a dia. Não dava pra tirar uma semana de férias depois de uma turnê. Tomávamos conta de tudo pessoalmente e ainda tocávamos o outro selo, Corpus Christi. O Pen estava sempre no estúdio, eu estava gravando vocais no Conflict ou alguma coisa do tipo e compondo músicas para outras pessoas. Não era como um emprego, das 9 às 5 da tarde. Não acabava nunca. Quando a Margaret Tatcher assumiu, tudo ficou mais intenso. Sem fim. Imagens terríveis, tempos horríveis, tendo que lidar com coisas como a guerra das Malvinas, a greve dos mineradores, o desemprego. Foram tempos horríveis. Tinha muita violência nos shows, eu só me vestia de preto. Fiquei de saco cheio. Se eu saía pra beber sentia sempre uma responsabilidade implícita, de que, se ficasse bêbado, ninguém podia perceber. Se eu caísse na sarjeta, não era só eu caindo na sarjeta, era o Crass. Então tinha essa responsabilidade de não foder com tudo.
O que te fez mudar de ideia? [Com o fim do Crass, alguns de seus membros partiram para trabalhos autorais ou revisitaram as músicas da banda. Steve Ignorant apresentou ao vivo o disco Feeding Of The 5000. No início, Penny Rimbaud ficou contrariado]
PR A Eve Libertine me disse, “Você deixaria qualquer outra pessoa fazer isso, então por que não o Steve?”. E era verdade. Qualquer outra pessoa poderia tocar as músicas, mas não o Steve, e isso realmente soava injusto. Então eu liguei pra ele e disse, “Olha, desculpe, Steve. Faça o que você quiser, só não posso oferecer o meu apoio, e se me perguntarem, vou dizer que sou contra. Boa sorte. Divirta-se”. Ele ficou muito agradecido por isso, e sempre foi assim com o Steve, sempre com honestidade. Ele acha que sou maluco e que faço coisas bizarras, completamente incompreensíveis, e eu acho que as coisas dele são um pouco pueris e fúteis, mas são ótimas. Eu também me culpo. Eu era um homem de 35 anos de idade quando um garoto de 17 anos apareceu querendo formar uma banda, e a banda que eu e ele formamos juntos negou a ele tudo que ele deveria ter tido. Ele devia ter comido as groupies, cheirado pó e se divertido. Ele nunca se divertiu: nunca teve adolescência. O nosso esquema linha-dura não permitia. Hoje eu percebo isso, mas não percebia na época. Achei que estivéssemos nos divertindo, mas, meu Deus, que tipo de diversão era aquela? Quer dizer, acho que eu me divertia mais com aquilo porque a minha diversão sempre foi mais cerebral e intelectual, então para mim alguns dos conflitos que criamos com o Estado e esse tipo de coisa era diversão. Mas o Steve queria se divertir de verdade, e hoje eu entendo. E também não acredito que não deem valor ao trabalho dele. Acho que o cara era brilhante, estava entre os melhores do punk.

Quando o Crass acabou e os discos continuaram sendo vendidos, o logo virou uma marca, não virou? As pessoas começaram a piratear. O que você achou disso?
PR Acho que isso prova a força do design, em primeiro lugar. Apesar dos pastiches e das outras bandas tentando fazer coisas parecidas, ninguém conseguiu fazer um logo tão poderoso. Acho que foi por isso que a Naomi Klein falou dele. Fomos o primeiro caso de sucesso com logo. Fomos sim, você sabe disso. Era um design fenomenal. Foi o Dave King que criou o logo. Ele é um puta gênio. Ele fez isso enquanto ainda estudava arte com a Gee e comigo. Quer dizer, ele era absolutamente brilhante nesse domínio. As pessoas perderam a noção do que seja design, mesmo, ainda mais na era digital. Levou meses e meses até que ele chegasse àquele desenho. Na verdade, não foi feito para o Crass, mas para o livro Reality Asylum. Era a arte da capa. E representava a destruição do Estado, da família e da Igreja. Já estive em muitos lugares no mundo inteiro e sempre cruzei com o logo. É legal. Talvez algumas pessoas tenham a curiosidade de saber o que aquilo significa e se envolver com o significado. Acho isso bom. A transformação em mercadoria que me incomoda. Nunca gostei e nunca gosto quando as grandes marcas de moda de Nova York roubam trabalhos da Gee, fazem uma colagem e transformam em estampas de vestidos. Não me incomodei quando o Wal-Mart nos pirateou. Prefiro que as pessoas comprem camisetas do Crass no Wal-Mart do que camisetas da Coca-Cola porque prefiro que elas andem por aí com alguma coisa que tenha algum significado. Acho que sou meio ambíguo com isso. Não quero nada com o Wal-Mart, mas, sabe, por outro lado, é demais! Coloca na rua!
Por que vocês resolveram incluir arte nova e fotos antigas da banda?
PR Pensamos que, em primeiro lugar, tinha muita gente conhecendo a banda que não conhecia nossa história, e nem o que estava acontecendo na sociedade da época. Então decidi assumir a tarefa de escrever um ensaio para cada lançamento. Achamos que seria bom incluir fotos, pela primeira vez, porque as pessoas não têm mais a oportunidade de ir aos nossos shows, e portanto não sabem como somos, e tínhamos fotos muitas boas da banda, então resolvemos incluí-las. A Gee adaptou parte da arte original do Crass e acrescentou imagens novas onde achou que cabia. Eu sugeri o nome meio de mau gosto The Crassical Collection e queria que tivesse um ar de música clássica porque pensei: “Somos clássicos agora, não somos mais um bando de garotos zoando com um mimeógrafo, estamos fazendo de um jeito classudo, pra valer”. É necessário um senso estético peculiar para gostar das coisas antigas do Crass. Tem o seu charme, mas só isso... é irrelevante. Queria que tivesse uma aparência bacana, que fizesse as pessoas dizer, “Porra, que design é muito bom!”. A Gee é capaz de fazer isso, e fez, preservando os elementos originais, mas acrescentando elementos novos impactantes. Parece que o que ela fez com a arte foi exatamente o que fiz com o som. Fomos capazes de pegar algo que parecia ter saído de uma porra de um museu e fazê-lo parecer moderno. Algo como Yes Sir, I Will soa como se pudesse ter sido gravado no ano que vem, de tão poderoso.

A entrevista completa recheada de fotos de arquivo de Penny Rimbaud e Gee Vaucher, também membro formadora do Crass e responsável pela identidade visual da banda, pode ser lida aqui.

Acesse e conheça

A Editora Faísca, que agora também é uma Cooperativa formada por militantes dos movimentos sociais e que se organiza de forma horizontal, acaba de inaugurar sua loja virtual e com promoções imperdíveis. A Cooperativa assegura não vender apenas livros, mas sobretudo distribuir idéias! Por isso, ao comprar da Cooperativa, você também está apoiando uma experiência de economia solidária e autogestão! Veja os títulos disponíveis aqui.

Já está em funcionamento mais um blog no portal Anarcopunk.org. O blog Mumia Livre Já! surgiu da necessidade de divulgar e ampliar as discussões e apoio em torno do caso do preso político afro-americano Mumia Abu-Jamal e é ainda uma extensão da Jornada que ocorrerá em dezembro em São Paulo em solidariedade a ele. Para ler mais sobre o caso, ver a programação das Jornadas clique aqui.

Agende-se e participe

18, 19 e 20/11, a partir das 9h - A Fundação Tide Setubal realizará pelo quinto ano consecutivo o Festival do Livro e da Literatura de São Miguel Paulista. Milhares de pessoas participaram das edições anteriores. A novidade, em 2010, é que o Festival não se restringirá à sede Fundação, mas também estará nas ruas, praças, paradas de ônibus, biblioteca, mercado municipal e estação de trem do bairro. Serão os Corredores de Livros, conceito inspirado nos corredores de ônibus que seguem itinerários mais livres para se livrar do tormento dos engarrafamentos urbanos. Acontecerão, em diferentes locais, intervenções artísticas, contação de histórias, conversa com o autor, workshop e lançamento de livros, oficinas de criação literária, intervenções teatrais, recitais poéticos, apresentações de dança, ônibus biblioteca, sarau literário, feira de livros, doação e troca de livros, exposições e exibição de curtas/filmes, ônibus Itinerante para escolas da rede pública, entre outras atrações. Os livros doados serão distribuídos, gratuitamente, na feira de troca de exemplares do CDC. Para convidar os moradores à leitura, exemplares também serão pendurados em árvores. Confira a programação completa aqui.

19/11, 21h - O Memorial da América Latina, Auditório Simón Bolívar (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo) recebe o compositor, intérprete e guitarrista Hyldon para comemorar os 35 anos do seu primeiro álbum “Na rua, na Chuva, na Fazenda”, acompanhado da banda Brasil Samba Soul e com a participação especial do “guitarreiro” Luis Vagner e do MC Du Bronk’s (Racionais MC’s). A apresentação integra a programação pelo Dia da Consciência Negra. A entrada, como não poderia dexar de ser, é gratuita!

20/11, a partir das 11h - A Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, está com uma programação imperdível no Dia da Consciência Negra. Dança Afro, Canto Lírico de Orixás, Palestra e apresentação da sambista da cidade de São Francisco do Conde (BA) Ducineia Cardoso, a Nega Duda, e seus sambas do Recôncavo Baiano. Veja a programação completa e os horários aqui.

20/11, a partir das 14h30 - O Museu da Casa Brasileira abrirá suas portas para um evento especial pelo Dia da Consciência Negra. Na programação exposição da herança africana na casa brasileira, documentário sobre o panorama musical de Burkina Faso, apresentação musical de Carlinhos Antunes, Orquestra Munda e participação da cantora Fanta Konatê e do grupo Djembedon e seus ritmos e molodias africanas. Mais informações aqui.

20 e 21/11, a partir das 13h - O Museu Afro Brasil sediará o Encontro dos Maracatus de Baque Virado de São Paulo com diversas apresentações e debates. Estão confirmadas as presenças dos grupos Cangarussu, Rochedo de Ouro, Bloco de Pedra, Ilê Alafia, Baque Sinhá, Mucambos de Raiz Nagô, Baque do Vale, Arrastão do Beco e Caracaxá. O evento faz parte do Dia da Consciência Negra. Na ocasião, será relançado o Livro “A Mão Afro Brasileira – Significado da Contribuição Artística e Histórica” organizado pelo artista plástico Emanoel Araújo, com edição da Imprensa Oficial. Maiores informações aqui.

20 e 21/11, a partir das 8h - A 1ª Mostra Urbana de Cultura será realizada no bairro União de Vila Nova, em São Miguel Paulista, Zona Leste da capital. A Mostra conta com uma intervenção principal, que é a ação de grafitagem em 2.500 metros de muro da CPTM-Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, que atravessa a comunidade de União de Vila Nova. Intervenções artísticas e culturais como o Hip Hop, Skate, Artes Circenses, além de atividades de Ação Educativa também estão contempladas na Mostra. Veja a programação completa aqui.

21/11, às 12h – O SESC Ipiranga seguindo com a programação dos shows Africanidades Brasileiras apresenta Fanta Konatê e Troupe Djembedon.

23/11, às 13h e 19h30 – O Centro Cultural Banco do Brasil receberá em duas sessões o músico Jards Macalé e a banda carioca Brasov para juntos interpretarem canções de Noel Rosa.

24/11, a partir das 10h - O Centro de Referência do Auditório do Ibirapuera abrirá suas portas para o UnConvention São Paulo, evento sobre tendências musicais contemporâneas. O painel de encerramento do evento, intitulado “Punk Rock e Música Alternativa 1977-2011”, terá como expositores nada mais nada menos que Pete Shelley (Buzzcocks), Viv Albertine (The Slits) e Redson (Cólera). Para participar inscreva-se aqui.

sábado, 30 de outubro de 2010

O "proibidão" do Brandão


Desde os anos 70, quando o romance Zero foi proibido pela ditadura militar, Inácio de Loyola Brandão não via um festival de sandices como o ocorrido recentemente, quando se provocou celeuma em torno de um conto seu, escrito há 27 anos, adaptado para teatro e vídeo e traduzido em não sei quantas línguas. Obscenidades Para Uma Dona de Casa está incluído na antologia Os Cem Melhores Contos do Brasil, de Ítalo Moriconi. Há na história solidão, humor, sensualidade. O conto, indicado para alunos do ensino médio, provocou revolta em mentes mais estreitas, pais indignados, professores assombrados. Um jornal ouviu alunas do Colégio Amadeu Amaral que acentuaram: "Não tem nada além do que já ouvimos na rua e na escola." Um juiz ficou estupefato: "É um falso moralismo que não leva a nada." Já alunas de outro colégio, primeira linha, campeão do Enem, disseram que o "texto é nojento e faz o sexo parecer horrível, em vez de prazeroso". Cadê a professora que não ensina a ler? Não explica a vida?
Os pais que reclamaram conversaram com os filhos? Trocaram ideias? Olharam em torno? Inquisidores de plantão olhem em volta! Atualizem a folhinha, estamos em 2010. Para alguns, estamos na Idade Média. Inquisição, fogueira para os infiéis. Leia o conto aqui.

O Fino do Fino Zimbo é uma palavra africana que significa prosperidade. E não é preciso ir longe para concluir que a escolha do nome vingou. Na ativa há 46 anos e com mais de 40 discos gravados, o “trio dos trios” ainda mantém seu posto na esfera das entidades musicais de maior respeito e influência no Brasil e no mundo. O trio se consagrou como um dos principais expoentes da bossa nova nos anos 60, e foi um grande divisor de águas para a música instrumental brasileira. Entre experimentações e inovações, em 1973, o trio decidiu investir na formação de músicos. Criaram então o CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical, voltado para a “formação musical ampla, sem separação entre erudito e popular”. A formação original do Zimbo Trio reuniu o baixista e criador do grupo Luiz Chaves (falecido em 2007), Rubens Barsotti, o “Rubinho”, na bateria, e Amilton Godoy no piano. Foi ele quem concedeu a entrevista para Débora Pill, da revista +Soma(set. de 2010, #19). No site da revista você pode conferir fotos do arquivo pessoal além de vídeos.

Como o músico instrumentista era visto quando vocês começaram?Na época, músico instrumentista só tocava o que a gente chamava de “fundo de conversa”, música ambiente. Ninguém queria saber, ninguém queria ouvir. A gente queria tocar um som que dignificasse a música brasileira, mas sem depender de um cantor pra isso.

E foi assim que vocês começaram?O Zimbo começou na Roosevelt e acabou conquistando a crítica. Na sequência a gente começou a ensaiar com a Norma Bengell, que havia acabado de chegar da Itália e procurou o Rubinho. Ela gostou do nosso som, e a gente começou a ensaiar

O que mudou nesse cenário depois do Zimbo?
Antes os músicos não eram valorizados. O Zimbo começou numa fase muito feliz, porque existiam disc-jóqueis que escolhiam o que havia de melhor pra tocar nas rádios. E então começou a aparecer quem até então fazia jazz, fazia outros gêneros, e passou a fazer música brasileira. Acho que esse foi o grande legado do Zimbo: não precisar mais usar temas estrangeiros, poder fazer o jazz e tudo mais com tema brasileiro. Fomos o primeiro grupo instrumental com essa proposta, mostramos que era possível, porque o disco foi pra parada de sucesso. Quem iria imaginar que no Brasil poderia ter um disco instrumental no primeiro lugar da parada de sucesso

Fala um pouquinho mais sobre como funcionavam as rádios naquela época.
Na época em que começamos o rádio era bom. Os disc-jóqueis tinham muito conhecimento pra avaliar o que apresentavam. Os principais nomes eram o Walter Silva e o Fausto Canova. Foi o Fausto, inclusive, quem organizou o concurso pra dar nome ao trio. Mas isso faz tempo. Hoje em dia rádio está uma porcaria. Hoje só ouço futebol. Música não dá pra ouvir.

E a CLAM, como surgiu?A escola CLAM nasceu em 1973, porque os três eram muito procurados pra dar aula particular. Não havia formação decente na época, as músicas eram executadas sem grande conhecimento de harmonia.
Qual era a proposta da escola?A ideia era formar professores de qualidade, que lecionassem um conteúdo diferenciado, completo. As escolas da época formavam intérpretes que executavam a música, mas não tinham o conhecimento da obra. Só focavam na forma, não no conteúdo, entende? E o tom? E a distribuição do acorde? Qual a harmonia? É basicamente a diferença entre Beethoven e Mozart. Por que o Beethoven foi tão importante? Mozart era primitivo, técnico. Beethoven ouvia com o ouvido de dentro.

O que é um bom músico pra você?Um bom músico é um arranjador. Ele precisa ser criativo, pegar uma música e deixá-la da forma como ele acha que deve ser. Os DJs fazem isso. Põem aquilo do jeito deles, fazem outra proposta, repetem, misturam com um ritmo diferente. Deve ser muito legal pra um compositor ouvir a música dele produzida por um DJ. Fica diferente

Como você vê o músico instrumentista hoje?As pessoas fazem o seu trabalho sem esperar que sejam chamadas ou tenham um contrato com uma gravadora. Pagam do próprio bolso. Às vezes a pessoa consegue que esse disco que ela mesma pagou e produziu seja distribuído por um selo importante, e aí consegue ter um retorno. Naquela época os caras iam atrás da gente, as gravadoras procuravam, bancavam, pagavam royalties. O disco sempre foi, e vai continuar sendo, o cartão de apresentação do músico. Você entrega um cartão de visita pra uma pessoa pra dizer quem é. A gente apresenta um disco. Estamos passando por um período muito complicado, as gravadoras estão acabando. Elas tinham uma porção de incentivos na mão, mas não prepararam o público pra ouvir uma coisa de qualidade. Não usaram isso, não formaram um público pra elas, estão sendo vítimas do próprio desleixo musical.

Explica melhor essa história de formação de público.Vi uma entrevista muito interessante com a Sandy. Ela parece estar em um processo de se liberar da necessidade do sucesso, de sair daquela coisa Sandy & Junior. Acho que ela se deu conta de que existe mais coisa além daquilo, então quis sair de um mundo em que ela estava acostumada a transitar com enorme sucesso e percebeu que onde estava querendo entrar não é tão fácil assim, entende? Porque ali tem um público que exige mais, uma outra condição, não aquele primitivismo da música sertaneja, que fica trabalhando com acordes fundamentais. Pra circular nesse campo aqui, você tem que ter uma outra bagagem. E é esse público que eles nunca contribuíram pra melhorar, pra aumentar. Não fizeram nada pra melhorar o nível da platéia que tinham, pra que ela pudesse exigir uma coisa melhor. No Brasil, quando você quer fazer uma coisa de qualidade, não tem público na mesma quantidade, na mesma dimensão que tem pra algo pior.

E como é que a gente faz pra afinar os ouvidos?Uma coisa que não ajuda em nada é esse negócio de ficar repetindo, há anos e anos, que o rei é sempre aquele. Faz quinhentos mil anos que conheço o trabalho do Roberto Carlos, e ele jamais trabalhou com uma música mais elaborada. Aliás, os músicos dele são proibidos de usar acordes mais elaborados, ele não deixa. E ele é considerado o rei! Às vezes penso um pouco no futebol... Existem jogadores que são completamente realizados, já atingiram tudo que um jogador pode alcançar. Mesmo que não estejam bem, técnico nenhum do mundo tem coragem de tirar do time. Nós temos sofrido desse mal, e tem gente nova querendo e merecendo uma oportunidade e não tem. A questão é que não houve progresso no conhecimento musical de qualidade. Hoje em dia o acesso à música de qualidade, em um âmbito mais amplo, está difícil. Os maiores sucessos ainda são músicas primitivas. Então a solução que a gente encontrou foi através da escola. A gente tenta passar para os alunos cultura geral, informações do que o país tem de melhor e mais nobre: música bem feita e bem executada.

E as rádios de hoje não ajudam… São raras as exceções.Pois é. Quando eu vou pra Bauru, ouço um locutor da minha cidade falando com o mesmo tom do cara que fala aqui. E não só no jeito, mas também falando as mesmas coisas sobre música, enaltecendo uma música que não é nossa, e a música regional de qualidade que rola por lá não tem nenhum espaço. Aí você vê o que essa indústria fonográfica formou. O cara não tem o que dizer porque não tem conteúdo. É a mesma lógica de quando a gente leva o disco pra fazer divulgação na rádio e ouve: “Desculpa, essa aqui não vai tocar.” Por quê? “Ah, isso aqui não vende.” Mas é o contrário: não vende porque você não toca! Como é que o cara vai comprar se não conhece?

De Cuba para Gismonti O multi-instrumentista brasileiro Egberto Gismonti recebeu do Ministério de Cultura de Cuba a maior premiação do órgão, a Distinção pela Cultura Nacional. Gismonti é conhecido no país caribenho pela parceria com o maestro cubano Leo Brouwer, o qual endossou a premiação. Os dois trabalharam juntos na peça musical Gismontiana. Gismonti retribuiu o prêmio reconhecendo que "os brasileiros sentem muito respeito e admiração pelos amigos, músicos e a música de Cuba". Na ocasião da premiação, Gismonti executou sua música Água e Vinho.

Falou e disse Em evento no Rio de Janeiro, Chico Buarque se disse um entusiasta da campanha de Dilma Rousseff para presidente por considerá-la a favor do diálogo com as diferenças e movimentos sociais, como o MST. “É um governo que fala de igual para igual: não fala fino com Washington e não fala grosso com a Bolívia e o Paraguai e, por isso mesmo, é respeitado no mundo inteiro”, disse Chico em um rápido discurso.

Agenda

31/10, 14h - Inauguração da nova sede da Biblioteca Terra Livre. Rua Engenheiro Francisco Azevedo, 841, sala 07- Perdizes - São Paulo (a 2 quadras do metrô Vila Madalena). Mais informações aqui.

2/11, 16h30 - Rediscutindo o anarquismo e o sindicalismo. Palestras com Lucien van der Walt no Ay Carmela. Rua das Carmelitas, 140, Metrô Sé (paralela à Rua do
Carmo, travessa da Rua Tabatinguera) Telefone: 3104-4330. Mais informações aqui.

domingo, 17 de outubro de 2010

Elite e povo: interesses irreconciliáveis

Em menos de 24h do resgate dos 33 mineiros que estavam soterrados a 70 dias em uma mina em San José, no Chile, um novo drama. Um mineiro morreu esmagado por uma pedra de uma tonelada na região de Valparaíso, no litoral chileno. Roberto Benítez Fernández, de 26 anos foi atingido enquanto trabalhava em um jazida a mil metros de profundidade. O mineiro colocava uma cunha na rocha, justamente para evitar que ela deslizasse. As condições precárias de trabalho impostas aos mineiros no Chile são bem piores do que o dramalhão novelesco criado pela imprensa durante o resgate do grupo da mina de San José. A situação dos mineiros, fragilizados pela flexibilização trabalhista, terceirizados por empresas estrangeiras e sujeitos a precarição, não é diferente em outras partes do mundo, inclusive no Brasil.

Ingratidão É correta a afirmação do presidente Lula de que neste país os ricos foram as pessoas que mais ganharam dinheiro no seu governo. Essas pessoas, disse Lula, na verdade, o que elas não conseguiram foi superar o preconceito. Enquanto no andar de baixo os mais pobres estão se alimentando melhor, fazendo prestações e comprando itens básicos para a casa, como, por exemplo, geladeira, da classe média para cima, nunca antes na história deste país ela viajou tanto para o exterior e comprou tantos carros importados com prestações iniciais a partir de um salário mínimo. Como se pode ver há, sim, uma oposição de interesses entre elite e povo. Os ricos ficaram mais ricos e os pobres mais exigentes. O exclusivo clube do andar de cima está desconfortável diante das exigências dos milhões de brasileiros que saíram da miséria e querem mais do país que lhes deve uma condição de vida melhor. Tudo o que o andar de cima não esperava ver é o povo escolher a candidata do presidente Lula, Dilma Rousseff, para a nova presidência do país.

Abortar ou não abortar não é a questão O segundo turno das eleições presidenciais iniciou com um retrocesso numa questão cara para milhões de mulheres brasileiras, principalmente a parcela pobre delas. Dados do sistema DATA-SUS para o procedimento médico-hospitalar - Curetagem Pós-Abortamento/Puerperal -, atingiu, em 2009, o número de 202.766 procedimentos. Mas esse número, seria apenas dos casos de gravidez em etapas avançadas e em geral de pacientes muito pobres que recorrem ao SUS em situações de risco iminente de aborto ou de seqüelas pós-aborto, externas ao Sistema (leia artigo sobre o tema aqui). Num falso assenso moralista, falsos moralistas de plantão, na imprensa inclusive, plantaram o tema da interrupção da gravidez indesejada no debate entre os dois candidatos a presidência. O falso moralismo da sociedade brasileira, abrigado, sobretudo, no andar de cima - o mesmo que também é a favor da pena de morte e não tá nem aí para as crianças nascidas sem direito a crescer dignamente beneficiadas pelas riquezas produzidas pelo país - falou mais alto e o tema, equivocadamente, voltou a ocupar o debate público de modo subjetivo, divino, rasteiro e policialesco quando na verdade deveria ocupar claras linhas nos programas de saúde pública dos candidatos que é o que objetivamente interessa.

Horror, Horror Nos último oito anos, o sociólogo Chico de Oliveira não poupou críticas ao governo Lula pelas opções políticas que fez. No entanto, suas críticas, situadas claramente no campo da esquerda, opõem-se as elites políticas atrasadas de direita, representadas hoje na candidatura demotucana de José Serra.
“Os governos tucanos têm horror ao povo. Isso não é força de expressão. É uma questão de classe social. Eles não têm contato com o real cotidiano popular. Eles não andam de ônibus, não têm experiência do cotidiano da cidade. Nem de metrô eles andam, o que é incrível. A cidade é grande, tem violência, a gente sabe. Mas eles não sabem como é o transporte, como são os hospitais, as escolas públicas. Há uma fratura real, eles perderam a experiência do cotidiano real. E isso não entra pelas estatísticas, só pela experiência. Por causa disso, o governo deles é sempre uma coisa muito por cima. Eles são pouco à vontade com o popular. Essa é a diferença marcante em relação a Lula”. Leia a entrevista completa concedida pelo sociólogo aqui.

Nada a comemorar São dois milhões os educadores no Brasil. Entre os futuros profissionais – matriculados nos cursos de Pedagogia – 40% têm renda mensal inferior a três salários mínimos e trabalham em outras atividades para complementar a renda. No último concurso público realizado no estado de São Paulo passaram 56 mil professores e serão efetivados somente 12 mil. O Estado não honra o piso mínimo dos professores e não há plano de carreira. O Dia dos Professores - 15 de outubro - é marcado como um dia de protesto. Leia mais aqui.

Subprefeituras de São Paulo mais pobres para os pobres A proposta orçamentária da Prefeitura de São Paulo para 2011 prevê reduzir verbas de subprefeituras localizadas em regiões pobres da capital. Por outro lado, áreas com moradores de maior renda média devem receber mais dinheiro, segundo o projeto de lei 444, entregue pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) à Câmara Municipal no final do mês passado. Confira.

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Militante do Campo Espaço virtual de luta pela reforma agrária.

Infância urgente Blog que discute Direitos Humanos, a situação da Criança e do Adolescente e a política para o segmento no Brasil.

Zinho e Família Trindade Música e poesia da boa.

Pedro Cesar Batista Poesia é um instrumento de construção de um novo mundo, fraterno, justo e solidário. Enquanto houver vida haverá sonho. Viver é revolucionário e maravilhoso.

Editora Imaginário Há mais de 20 anos a Editora Imaginário é responsável pela difusão do pensamento libertário em toda a sua riqueza. Além disso, apresenta para o leitor brasileiro obras de indiscutível relevância em vários campos da atividade humana, tais como: artes, filosofia, política, sociologia, história, economia, educação, crítica literária e literatura.

domingo, 3 de outubro de 2010

A "onda" verde e azul nas ruas

Alguém se esqueceu de avisar a boca de urna da campanha de Marina Silva (PV) que no dia do curral eleitoral era para fazer o eleitor surfar na “onda verde” e não na porcalhada de panfletos de candidatos do seu partido. Mas, como já adiantou o presidente do PV, à revelia até mesmo de sua maior estrela, nessa “onda”, os candidatos verdes não estão sozinhos não. Panfletos de candidatos do PSDB também emporcalharam a calçada por onde passaram os eleitores. Até na porcalheira, PV e PSDB surfam na mesma “onda”. Com um histórico político impecável, o futuro da “onda verde” Marina Silva no PV pode virar marola e morrer na praia. Nas fotos, um mar de panfletos tomou a calçada (acima) e parte do interior (abaixo) da escola Marina Cintra, na Rua Consolação esquina com a Antônia de Queirós.
Sorte grande Nas eleições mais despolitizadas desde que os militares aposentaram as botinas do poder civil, muitos eleitores decidiram seu voto com o panfleto do candidato que encontraram pelo caminho. Flagrante 1 De última hora, eleitoras decidiram seu voto apoiadas numa lixeira públicaFlagrante 2 Eleitor confere panfletos do candidato do PV jogados em escola pública

Momento de sabedoria Em tempo, artigo da psicanalista Maria Rita Khel vai direto ao que interessa. “Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro”. Leia a integra aqui.
[Foto: Ruivo Lopes | São Paulo (SP), outubro de 2010]

domingo, 12 de setembro de 2010

11 de Setembro: um peso, duas medidas


Assista | “11 de Setembro”, curta-metragem de Ken Loach

Furo Aloizio Mercadante, faltou, Celso Russomano, faltou, Fábio Feldman, faltou, Geraldo Alckmin, faltou, Paulo Búfalo, faltou, Paulo Skaf faltou também. Nenhum dos candidatos ao governo de São Paulo compareceu ao encontro com a população em situação de rua, marcado para a manhã do dia 9 de setembro. “O debate foi combinado com os candidatos” disse padre Júlio Lancellotti, um dos organizadores do encontro. Na ocasião seria assinado pelos candidatos um Termo de Compromisso em favor de políticas públicas para a população em situação de rua. Em protesto pelo pouco caso dos candidatos, os organizadores do encontro convidaram a assembléia a ficar de costas para a mesa vazia.

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NovaE Revista pluralista na divulgação de idéias e conceitos a respeito de Internet, nova economia, cibercultura, política, cultura, literatura, mídia, comportamento, filosofia e cidadania.

ULA (Universidade Livre das Artes) A ULA se propõe a gerar um espaço para troca de energia, desconsiderando a especificidade dos papéis assumidos em sociedade, exemplo: Artista + educador / espectador + educando.

Blog do Ozaí Blog do Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Antônio Ozaí da Silva, editor da Revista Espaço Acadêmico, Acta Scientiarum, Human and Social Sciences e Revista Urutágua.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Opinião pública explícita!

O processo civilizatório de Padre Anchieta, manchado de sangue, registrado no muro da Escola Marina Cintra (Rua Consolação esquina com a Antônia de Queirós)
[Foto: Ruivo Lopes | São Paulo (SP), agosto de 2010]

Ah vá... Se depender do atual secretário de educação de São Paulo, Paulo Renato, o futuro dos gigantes da mídia impressa no Estado está a salvo. Ele mandou a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) arrematar assinaturas dos regionais Diário da Região (São José do Rio Preto), Diário da Região (Osasco), Tribuna Impressa (Araraquara), Cruzeiro do Sul (Sorocaba), A Tribuna (Santos), Jornal de Jundiaí (Jundiaí), Jornal da Cidade (Baurú), Folha da Região (Araçatuba), O Liberal (Americana), O Vale (São José dos Campos), Jornal de Piracicaba (Piracicaba), Comércio de Franca (Franca), A Cidade (Ribeirão Preto). A lista, como não poderia deixar de faltar, inclui os gigantes O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. As revistas Isto É, Veja e Época fecham o pacote. Os impressos serão destinados as escolas paulistas. O arremate, sem licitação - claro! - e em ano eleitoral, pode custar alguns milões aos cofres do Estado. A investida não é pouca. Paulo Rentato saberá cobrar seus dividendos da compra. Veja um palpite aqui.

Nome aos Bois A Folha [de S. Paulo] tem o dom de contar histórias sem dar nome aos bois. É uma arte. Mãe extremada, transmite sua expertise a todos os rebentos. O leitor que se dane. Alberto Dines em Lima Barreto, disfarçadíssimo: da ditadura do silêncio à “lista negra”.

Chegou a Brasiliana Eletrônica

O projeto Brasiliana Eletrônica é uma iniciativa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com a finalidade de oferecer num portal da internet a íntegra dos livros que compõem a Coleção Brasiliana, lançada pela Companhia Editora Nacional em 1931, logo após, portanto, a Revolução de 1930 e criação do Ministério da Educação, numa conjuntura de grande efervescência e retomada da reflexão sobre a sociedade e a cultura brasileiras.
A coleção, dirigida pelo educador Fernando de Azevedo e depois pelo historiador Américo Jacobina Lacombe, foi um dos maiores projetos editoriais brasileiros de todos os tempos, tendo publicado um total de 415 volumes, sendo os 200 primeiros até 1940, o que demonstra o enorme sucesso alcançado pela iniciativa. Os textos que integram a coleção, sempre com foco no Brasil, são assinados por grandes autores, e eram, na época, edições originais ou reedições de obras clássicas. Eles abordam a economia, a história, a sociologia, a antropologia, a geografia, e diferentes ramos das ciências naturais, como a botânica, a zoologia, a geologia etc., além de incluírem muitos dos mais valiosos relatos de viajantes estrangeiros que visitaram nossa terra desde o século 16. No pensamento político, destacam-se na galeria de autores os nomes de Oliveira Viana, Alberto Torres, Vicente Licínio Cardoso, Azevedo Amaral e Manoel Bonfim. Na antropologia e na sociologia, Gilberto Freyre, Afrânio Peixoto, Nina Rodrigues, Artur Ramos, Roquette-Pinto, Donald Pierson, Câmara Cascudo, Josué de Castro, Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso. Entre os viajantes, Saint-Hilaire, Louis Agassiz, príncipe Maximiliano, Von Martius e Spix, Gabriel Soares de Souza e Fernão Cardim. Como se vê, é um elenco dos mais representativos da cultura brasileira.
No portal Brasiliana Eletrônica, as 80 obras já disponíveis desse riquíssimo acervo são oferecidas ao público de dupla forma – como fac-símiles da primeira edição, para serem analisados na feição como vieram à luz, e como textos normalizados e de ortografia atualizada. Estes últimos podem ser editados, selecionados, transcritos e transpostos ("recortados, copiados e colados"), respeitadas as regras de citação, para estudos, textos, pesquisas e trabalhos escolares e acadêmicos, que só fazem crescer no país e muito se beneficiarão da iniciativa.
Os livros foram integralmente digitalizados e submetidos a um programa de reconhecimento ótico de caracteres (OCR). Uma minuciosa atualização ortográfica foi então aplicada, o que requereu esforço e dedicação consideráveis, dado que boa parte dos textos apareceu na coleção em período anterior à reforma ortográfica de 1943. O trabalho de normalização foi de igual vulto, já que era um princípio praticamente inexistente à época da publicação original. Preservou-se, contudo, a grafia de certos elementos, para reter o sabor da época.
Inclui o projeto a apresentação de estudos críticos sobre as principais obras da coleção, bem como de biografias intelectuais de seus autores, encomendados a especialistas acadêmicos.

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Retalhos Ansiosos - Blog sobre as desgraças que nos assolam, pessoal e coletivamente. Poemas, crônicas, contos e textos acadêmicos. Prepare-se para sentar no colo do Capeta.

domingo, 22 de agosto de 2010

Persiste a obra da escravidão no Brasil

"Acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão" - Joaquim Nabuco

Passados 122 anos do fim da escravidão oficial no Brasil, três em cada quatro trabalhadores libertados de situações análogas à escravidão hoje são pretos ou pardos. Isso é o que mostra um estudo do economista Marcelo Paixão, da UFRJ. O estudo foi feito a partir do cadastro de beneficiados pelo Bolsa Família incluídos no programa após fiscalizações que flagraram trabalhadores em situações que são consideradas formas contemporâneas de escravidão. São pessoas trabalhando em situações degradantes, como jornada exaustiva, salários irregulares e dívidas com o empregador, impedindo-os de largar o posto sob ameaças de morte.
Pela primeira vez se conseguiu investigar a cor desses trabalhadores, graças à inclusão do grupo no Bolsa Família. Os autodeclarados pretos e pardos representavam 73% desse grupo, apesar de serem 51% da população total do Brasil. A cor do escravo de ontem se reproduz nos dias de hoje. Os negros e índios, escravos do passado, continuam sendo alvo de situações em que são obrigados a trabalhar sem direito algum. É como se a obra da escravidão se mantivesse através dos tempos.
O estudo revela ainda que, em 2010, 23,4% das mulheres pretas e pardas que trabalham estão no serviço doméstico. De acordo com o primeiro censo feito no país, em 1872, 24,3% das escravas estava no serviço doméstico.
Estudo do IBGE revela também que entre os brasileiros que se encontravam entre os 10% mais pobres, 74% se diziam pretos ou pardos.
Os estudos revelam a perversidade da desigualdade no Brasil e a lógica com que a elite brasileira opera o capitalismo no país. Essa elite, que se veste de Prada para se associar ao capital estrangeiro, além de representar o que há de mais atrasado no país, impede que o Brasil se desenvolva com justiça e igualdade para todos. Até quando?

Ah vá... O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) conseguiu o que nenhum comunista jamais pensou: ser afagado pelo que existe de pior neste País, a bancada ruralista. O deputado comunista propõe um novo Código Florestal Brasileiro, na contramão do desenvolvimento sustentável. As propostas vão desde a descaracterização das Áreas de Preservação Permanente (APP); redução das Reservas Legais, reguladas pelos Estados e municípios, em propriedades rurais; a, o que mais agradou os ruralistas, anistia para aqueles que ocuparam e desmataram a vontade até 22 de julho de 2008. Se o novo Código for aprovado, Aldo Rebelo entrará para a história como o comunista que agradou os ruralistas.

Contradição. Quando o assunto é desigualdade, o economista Marcio Pochmann não deixa barato. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo (“São Paulo desigual”, 18/8), o economista vai direto ao que interessa.
1. São Paulo está hoje na “vice-liderança no conjunto dos municípios brasileiros em desigualdade na repartição da riqueza no território” brasileiro;
2. “No conjunto das áreas metropolitanas, a taxa de pobreza alcança em 2008, 13,2% dos seus habitantes, enquanto 29,4% dos residentes na zona rural vivem na condição de pobreza absoluta”;
3. “Há ainda os equívocos no sistema educacional (...). No meio rural quase 10% da população é analfabeta, enquanto no grandes centros urbanos essa taxa atinge 75,2%. Menos de 37% das crianças com até cinco anos freqüentam a escola básica no campo, ao contrário de quase 45% que o fazem nas metrópoles. Na faixa etária de 15 a 17 anos, 71% encontram-se matriculadas no ensino médios nos grandes municípios urbanos e menos de 60% no meio rural”. Na faixa etária de 18 a 24, 20,3% atinge o ensino superior nos centros metropolitanos “e apenas 8,5% na zona rural”.
O economista não tem dúvida, São Paulo apresenta “traços prevalentes do subdesenvolvimento”.

Assista | A cantora Beth Carvalho declara apoio ao MST

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Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes – Construída entre os anos de 2000 e 2005, graças ao trabalho voluntário de pelo menos mil trabalhadores sem terra e apoiadores, no Município de Guararema (apenas 70 km de São Paulo), a Escola Nacional é a única no país que tem a missão de atender às necessidades da formação de militantes de movimentos e organizações sociais que lutam por um mundo mais justo e igualitário. Visite o sítio da Escola, inscreva-se para receber a programação atualizada e seja também um associado.

Acampamento Indígena Revolucionário – O dia a dia dos representantes indígenas de várias etnias brasileiras acampados na Esplanada dos Ministérios (DF), para exigir a revogação do decreto presidencial que fragiliza ainda mais a Funai.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Opinião pública explícita!

Odeio a Globo!
Mensagem anônima registrada no muro de antigo casarão da Rua Consolação esquina com a Marques de Paranaguá.
[Foto: Ruivo Lopes | São Paulo (SP), agosto de 2010]

domingo, 1 de agosto de 2010

Justiça: Edifícios São Vito e Mercúrio continuarão de pé

A Justiça paulista acatou o pedido de organizações de defesa de direitos e suspendeu a demolição dos Edifícios São Vito e Mercúrio, dois velhos gigantes situados na Avenida do Estado, região do Parque Dom Pedro II. Motivo: os famosos edifícios foram desapropriados há anos por haver interesse social na revitalização do Centro com a implantação no local de moradias populares. Para a Justiça, a demolição caracteriza desvio de finalidade, além de se antecipar ao planejamento urbano, ainda inexistente, precedido de audiência pública.

Zé Celso 1 x 0 Silvio Santos
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou o Teatro Oficina, no bairro do Bexiga, em São Paulo. Não seria pra menos, o Teatro Oficina é um dos mais importantes espaços de criação teatral do País desde os anos 1960. Com o tombamento, ficam preservadas as características do espaço, a área do entorno que garante sua proteção visual, a vegetação local, além de impor limites para a construção no lote vizinho. Quem não deve ter gostado muito do tombamento foi o grupo do Silvio Santos que planejara ali a construção de um shopping center. Já o diretor do Teatro Oficina, Zé Celso, comemorou o tombamento.

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CICAS (www.projetocicas.blogspot.com) - O CICAS (Centro Independente de Cultura Alternativa e Social), localizado num dos galpões da COHAB do Jardim Julieta, zona Norte de São Paulo, numa iniciativa independente, transforma e recupera o local, proporcionando uma opção de cultura, esporte e lazer para a comunidade com espaço para biblioteca, cinema, estúdio musical, oficinas e cursos de teatro e música, artes plásticas, capoeira, e festivais culturais. O CICAS, atualmente, enfrenta uma ordem de despejo por parte da subprefeitura da Vila Maria, que alega irregularidades na construção, por outro lado, sabe-se também que há o interesse de empresas na licitação para a revitalização de uma suposta praça no local.

NPC (www.piratininga.org.br) - O NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação) é constituído por comunicadores, jornalistas, professores universitários, artistas gráficos, ilustradores e fotógrafos que, há quatorze anos, trabalham com o objetivo de melhorar a comunicação, tanto de movimentos comunitários ou populares, quanto de sindicatos e outros coletivos.

Baixe

O livro Teorias dos Movimentos Sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos, da socióloga Maria da Glória Gohn, está disponível na internet. A obra faz um mapeamento das diversas teorias sobre os movimentos sociais. O livro contém três partes. A primeira destaca teorias em abordagens norte-americanas sobre a ação coletiva; a segunda aborda a produção teórica européia, das teorias marxistas clássicas à teoria dos Novos Movimentos Sociais. Já a terceira trata do paradigma Latino-Americano. Destacam-se as abordagens que têm sido feitas sobre os movimentos sociais populares latino-americanos, urbanos e rurais, assim como estudos sobre os movimentos de gênero; etnia; ambientalistas; em defesa da paz e dos direitos humanos; entre outros. Clique aqui para baixar o livro.

O livro O que é a favela, afinal?, organizado pelo Observatório de Favelas, é fruto do seminário homônimo, realizado em 2009 no Rio de Janeiro. Nele é apresentado uma diversidade de experiências e olhares em contraponto à visão predominante sobre as favelas, que criminaliza esse espaço e seus moradores. A publicação reúne artigos de 10 pesquisadores sobre o tema, além do registro do seminário. Apresenta ainda a declaração O que é a favela, afinal?, elaborada a partir das diferentes idéias presentes no seminário. O objetivo é, além de pensar as favelas de modo crítico e inovador, propor relações democráticas com esses territórios, para que se efetivem políticas públicas que garantam e afirmem os direitos da população marginalizada. Clique aqui para baixar o livro.

domingo, 25 de julho de 2010

José Saramago morreu. Viva Saramago!

Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem idéias, não vamos à parte nenhuma.

Trecho do último texto publicado no blog do escritor português José Saramago (Azinhaga, Golegã, Portugal, 16 de Novembro de 1922 — Tías, Lanzarote, Espanha, 18 de Junho de 2010).

Ah vá... Luis Nassif divulgou em seu blog que os jornalistas Gabriel Priolli e Heródoto Barbeiro, da TV Cultura, foram demitidos há poucos dias após questionarem os altos pedágios no Estado de São Paulo. O primeiro, indicado recentemente como diretor de jornalismo da emissora, planejou uma matéria sobre os pedágios paulistas. A matéria foi derrubada antes de ir ao ar, substituída por outra qualquer. Priolli foi demitido do cargo. Já Heródoto Barbeiro deixou de ser apresentador do programa Roda Viva por questionar, ao vivo, o candidato José Serra em relação aos altos pedágios cobrados nas rodovias do estado. Para José Serra e o PSDB se a imprensa não está a favor está contra!


Assista | Mano Brown (Racionais MCs) sobre o candidato a presidência da República José Serra do PSDB

Quem sabe, sabe

- Quem procura, acha.

Disse o jovem pescador da região de Atins, no Maranhão, para dois turistas perdidos no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

- Quem não sabe, aprende.

Emendou o jovem pescador, rindo consigo mesmo, enquanto os turistas reclamavam a ausência de placas sinalizadoras no local.
O jovem pescador ganhou o dia, já os dois turistas, jamais duvidarão da sabedoria popular

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Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra (www.limitedaterra.org.br). No sítio da Campanha você também pode assinar o abaixo-assinado em apoio à emenda constitucional que estabelece limites de extensão para o imóvel rural, como forma de garantir sua função social e a democratização do acesso a terra. Historicamente, o Brasil apresenta um dos maiores índices de concentração fundiária do mundo. Diante deste quadro de grave desigualdade, não se pode admitir que imensas propriedades rurais possam pertencer a um único dono, impedindo o acesso democrático à terra que é um bem natural, coletivo, porém limitado. A limitação do tamanho da propriedade rural também se justifica como um estímulo ao aumento da produção de alimentos, da preservação dos recursos naturais, do emprego rural e da fixação do homem no campo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Opinião pública explicita!

Mais Metrô: Governo de São Paulo Elitista!
Mensagem registrada no muro das obras do Metrô (Rua Piauí esquina com a Consolação). A mensagem foi apagada no dia seguinte desta foto.
[Foto: Ruivo Lopes | São Paulo (SP), junho de 2010]

domingo, 13 de junho de 2010

Escadaria para o céu


Meu bairro tem mais estrelas
Que brilham sem parar
Dia e noite
Noite e dia
Só pra ver
Você passar.

[Poesia & Foto: Ruivo Lopes | Pq. Central, União de Vila Nova,
S. M. Paulista, São Paulo/SP, Junho de 2010]

domingo, 9 de maio de 2010

Prefeituras não investem em bibliotecas públicas

No Estado de São Paulo, o mais rico do país, 51 dos 645 municípios, 7,9%, ainda não possuem uma biblioteca pública municipal. O dado consta do 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais 2010 divulgado pelo Ministério da Cultura.
No ranking dos municípios com mais bibliotecas, a primeira colocação é ocupada pela cidade paulista de Barueri, com 4,07 estabelecimentos por 100 mil habitantes. A capital paulista, que detém o maior PIB nacional, está na 157ª posição, com 0,51 estabelecimento por 100 mil habitantes.
Foram pesquisados todos os 5.565 municípios brasileiros. O estudo aponta ainda que em 2009, 79% das cidades brasileiras possuíam ao menos uma biblioteca aberta. Um alívio para os leitores, pois isso significa 4.763 bibliotecas em operação em 4.413 municípios. Segundo o levantamento, em 420 municípios no território nacional, as bibliotecas foram extintas, fechadas ou nunca existiram.
Veja a lista dos municípios paulistas sem biblioteca pública municipal: Águas da Prata, Alfredo Marcondes, Araçariguama, Aramina, Aspásia, Bento de Abreu, Bofete, Bom Sucesso de Itararé, Braúna, Cabrália Paulista, Caiabu, Campina do Monte Alegre, Dumont, Embaúba, Euclides da Cunha Paulista, Gabriel Monteiro, Guarantã, Igaraçu do Tietê, Igaratá, Ipaussu, Itapura, João Ramalho, Lavrinhas, Luiziânia, Lupércio, Manduri, Mineiros do Tietê, Morro Agudo, Nova Canaã Paulista, Nova Europa, Nova Luzitânia, Oleo, Orinduva, Palmares Paulista, Pardinho, Pedranópolis, Pongaí, Pontalinda, Porangaba, Queiroz, São João das Duas Pontes, São José da Bela Vista, São José do Barreiro, São Miguel Arcanjo, Serrana, Suzanópolis, Tambaú, Tuiuti, Ubirajara, Urânia, Valentim Gentil.

Virada Cultural exclui palco do Rap
Não podia ser pior. Mesmo "apoiado por mais de cinquenta mil manos", o rap vai ficar de fora da festa marcada para o próximo fim de semana. A Prefeitura de São Paulo excluiu o tradicional palco do rap da Virada Cultural deste ano. José Mauro Gnaspini (não esqueça este nome), diretor do evento, alegou que o espaço [a Virada?, o Centro ?, a Cidade?] não é adequado [para rap ou o público deste?] e teme pela segurança. A exclusão do palco do rap é reflexo de como a atual gestão municipal trata a periferia da cidade e suas manifestações culturais mais importantes, ou seja, com descaso e como caso de polícia. Ah vá...


Assista | O rapper Daniel “Garnett” Epô com a excelente “Isso é Uma Vergonha”, feita após o comentário infeliz de Boris Casoy, âncora do Jornal da Band, em dezembro, sobre os garis que haviam desejado felicidades aos telespectadores da emissora. O rapper ainda pode ser ouvido em: www.myspace.com/epogarnett

Monumento a Federico Garcia Lorca
Cia. de Teatro pede restauração e visibilidade para a obraNo mês de abril a Cia. Hotel Green Garden apresentou a peça Os Cantos Do Hotel. A peça tem inspiração na série de poemas Poeta em Nova Iorque, do espanhol Federico Garcia Lorca, morto em 1936 pela ditadura franquista e até hoje desaparecido.
Na série, Lorca aborda sete personagens que representam a sociedade deteriorada da Nova Iorque dos anos 20 e 30, na época da crise da bolsa de valores. Em sete quadros, cada arquétipo aborda de maneira profética e surrealista como os homens se transformaram após a crise econômica e as dificuldades provocadas por ela.
Foram incluídos na peça os poemas: Cidade Sem Sonho, Pequeno Poema Infinito, Fábula e Roda dos Três Amigos, Lua e Panorama dos Insetos, Morte, A Menina Afogada no Poço e Panorama Cedo de Nova Iorque.
O local escolhido para as apresentações foi a Praça das Guianas, no Jardins, bairro nobre da Cidade. A Praça abriga o Monumento a Federico Garcia Lorca do escultor e arquiteto brasileiro Flávio de Carvalho (1899-1973). O objetivo de apresentar a peça na praça do monumento foi chamar a atenção para a invisibilidade da obra naquele local e sua consequente deterioração. O Monumento bem que poderia deixar a penumbra em que se encontra para repousar no Memorial da América Latina.Um monumento de resistência erguido contra ditaduras
Exilados espanhóis decidiram homenagear seu maior poeta morto por forças franquistas durante a Guerra Civil Espanhola sob a acusação de ser comunista. Federico Garcia Lorca era um homem livre, sem preconceitos, que lutava contra a opressão e pelos direitos das minorias.
O escritor Paulo Duarte foi convidado a participar da homenagem e envolveu o escultor e arquiteto Flávio de Carvalho. O projeto da escultura foi enviado à Serralheria Diana, de propriedade de espanhóis no bairro do Tatuapé, onde Flávio de Carvalho acompanhou sua execução passo a passo. Depois de pronta, a escultura foi depositada na Praça das Guianas.
A cerimônia de inauguração, no dia 1º de outubro de 1968, foi prestigiada pelo poeta chileno Pablo Neruda, que fez um caloroso discurso elogiando o amigo Garcia Lorca e o autor da escultura. Uma exposição na Biblioteca Mário de Andrade e um espetáculo no Teatro Municipal com a participação de Chico Buarque, Geraldo Vandré, Sérgio Cardoso e outros completaram a homenagem.
Na madrugada de 20 de julho de 1969, uma explosão danificou a escultura. Nunca se apurou o responsável pelo ato, que, no entanto, sabia-se ligado ao CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Folhetos deixados junto à obra informavam sobre a destruição do monumento ao poeta "comunista e homossexual", no dia da Revolução Cubana.
Os destroços da escultura foram levados a um depósito da Prefeitura. Em 1971, Flávio de Carvalho restaurou-a para levá-la à Bienal de Arte de São Paulo. Com muito custo e sem o apoio de nenhuma autoridade, conseguiu colocá-la do lado de fora do prédio da Bienal, no Parque Ibirapuera, onde ficou apenas dois dias. O embaixador da Espanha reclamou da presença da "escultura do comunista" e ela voltou ao depósito.
Dispostos a devolver a obra ao espaço público, alunos da Escola de Comunicações e Artes e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, dentre eles o hoje cineasta Fernando Meirelles, falsificaram documentos e a roubaram em 1979. Durante três meses, trabalharam na sua recuperação e a depositaram no vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo), estrategicamente, no dia em que o prefeito participava de um evento no museu. O diretor do MASP, e o prefeito não aprovaram o ato. Dias depois, finalmente, a obra foi novamente depositada na Praça das Guianas, seu local de origem e onde encontra-se até hoje.
Saiba mais: www.hotelgreengarden.blogspot.com
[Fotos: Elaine Campos | São Paulo (SP), abril de 2010]

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Carimbó – Patrimônio Cultural Brasileiro (www.campanhacarimbo.blogspot.com). Blog oficial da Campanha pelo Registro do Carimbó como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Fala Povo (www.falapovo.com). Informação críticas pautadas pelos diferentes seguimentos da sociedade brasileira.
Blog Fórum Educação (blog.forumeducacao.zip.net). Espaço virtual do Fórum da Educação da Zona Leste de São Paulo.
Haiti Kreyòl (www.wakky.com.br/brasildefato/haiti). Informações sobre a luta do povo haitiano para reconstruir seu país.
Organização Popular Aymberê (www.opaymbere.wordpress.com). Organização ligada a movimentos sociais de base.
Pseudopoetagens (www.pseudopoetagem.blogspot.com). Pseudopoesias por um pseudopoeta.

Agenda

10 a 14/05 – Paraitinga em São Paulo: Semana Artística e Cultural. O evento traz artistas de São Luiz do Paraitinga para realizar diversas atividades culturais na cidade. Confira. Centro Cultural FIESP: Av. Paulista, 1.313. Tel.: 3146-7406.

11, 18 e 25/05 – Radiografia Cultural: periferia e underground em São Paulo. Sérgio Vaz, Binho e convidados, na maioria agitadores culturais da periferia, comandam saraus e debates no evento realizado no Centro Cultural Banco do Brasil. Confira a programação aqui.

15 a 23/05 – Ladyfest Brasil 2010. Comemorando dez anos de nascimento na longinqua cidade de Olympia, nos EUA, e seis anos desde a sua primeira edição no Brasil, em 2004, o Ladyfest Brasil se consolidou como um dos festivais culturais independentes mais importantes do país e o único a celebrar uma cena de jovens mulheres feministas atuantes. Imperdível! Confira a programação aqui.

23 e 30/05 – 15º Festa do Imigrante. O tradicional evento anual é um convite para conhecer as manifestações culturais, artísticas e gastronômicas de diversas nações, além de resgatar a história dos mais de 2,5 milhões de imigrantes que passaram pela Hospedaria do Imigrante em São Paulo desde o final do século XIX. Memorial do Imigrante: Rua Visconde de Parnaíba, 1.316, Moóca (Metrô Bresser). Tel.: (11) 2692.1866. Confira a programação: www.memorialdoimigrante.org.br

domingo, 11 de abril de 2010

Um tiro pela culatra

Era moda bomba em banca de jornal. Era jogar uma bombazinha lá fora, nas imediações. Era um ato [para marcar] presença: nós estamos aqui, vocês estão aí no evento de comemoração do 1º de Maio. Não era [intenção matar] ninguém. [Falei a um dos oficiais]: Vai, mas joga a bomba mais afastada. E [ele] saiu com o grupo, foi junto para assegurar que a bomba seria jogada fora [do Riocentro]. E realmente a bomba foi jogada afastada, nas imediações da casa de força. Não ia incomodar ninguém. Quando fui pra casa e liguei a TV é que soube da bomba que tinha explodido [dentro do Puma]. General Newton Cruz, ex-chefe do SNI e ex-comandante militar do Planalto, em recente entrevista revela seu consentimento com o atentado ocorrido no Riocentro, em 1981, quando milhares de pessoas participavam do show pelo Dia do Trabalhador. Minutos antes, uma explosão num Puma com dois militares dentro, um sargento e um capitão, ambos do DOI, braço militar da repressão, matou um deles e feriu o outro. A bomba explodiu antes de ser plantada, no colo do sargento, fato que contraria a versão dos militares à época de que aquilo seria um ato praticado pela esquerda.


Assista | Luiz Gonzaga recebe no palco Clara Nunes, João Nogueira, Chico Buarque, João do Vale, MPB4, Gonzaguinha e Roberto Ribeiro para cantar Asa Branca no encerramento do show pelo Dia do Trabalhador, em 1º de maio de 1981, no Riocentro (RJ). Momento único da Música Popular Brasileira quando nem as bombas detonadas por militares conseguiram parar o show.

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O Weblivros foi criado em 1998 para abrigar resenhas, entrevistas, autores inéditos, ensaios e notícias sobre literatura. Hoje, o Weblivros é um portal com um conteúdo bastante ampliado e inclui vídeos, fotos, links, o periódico K-Jornal de Crítica, e obras clássicas da literatura que podem ser baixadas gratuitamente. O objetivo do sítio é oferecer informação sobre o universo literário. Confira: www.weblivros.com.br

Agenda

14/04 - O STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar a ação movida pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que contesta artigo da Lei da Anistia que trata dos crimes políticos ou praticados por motivação política, durante a ditadura militar. Assine o Manifesto Contra a Anistia aos Torturadores.

17/04, 10h - Feira da Reforma Agrária. Organizada pelo MST como parte da programação da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, a Feira apresentará a produção dos assentamentos para comercialização. Apresentações culturais estão na programação. Não perca! Endereço: Praça Central de Jandira (próximo da estação de trem e do terminal de ônibus). Tel.: (11) 4447-1011 ou pelo e-mail: grandesp@mst.org.br