quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Em SP, escritora Cidinha da Silva lança novo livro de crônicas #PAREMDENOSMATAR


Se ligaí! 

Nesta sexta, dia 10, às 19h, no espaço Aparelha Luzia (Rua Apa, nº 78, Campos Elíseos, próximo a estação Santa Cecília do Metrô, região central de SP), a escritora Cidinha Da Silva volta a cidade para lançar seu mais novo e contundente livro de crônicas "#PAREMDENOSMARAT!" (Editora Ijumaa, 2016). 

Nas mais de 70 crônicas reunidas no livro, Cidinha passa a limpo o Brasil que insiste anular a humanidade de homens e mulheres negras, registrando com raro estilo e critica acontecimentos perversamente normalizados pelo racismo neste século XXI. 

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domingo, 5 de fevereiro de 2017

O faroeste paulistano de João Doria

Foto Ruivo Lopes, São Paulo, 2017.

Há pouco mais de um mês a frente da prefeitura de São Paulo, João Doria (PSDB) e seu secretariado, pertencente a uma fauna política que da sustentação ao tucanismo em São Paulo, tem promovido uma série de ações regressivas na cidade.

Assim que assumiu, Doria mostrou desprezo pela vida alheia ao aumentar a velocidade dos veículos nas marginais.

De gestor a populista, antecipou o carnaval e fantasiou-se de gari para promover um nebuloso programa chamado "Cidade Linda", varrendo, inclusive, a população em situação de rua da cidade.

Fez pior do que as pegadinhas de mau gosto dos programas de televisão dominicais ao se deslocar numa cadeira de rodas, fingindo ser cadeirante.

Disse que iria governar para os pobres, mas não saiu do Centro, ficando bem próximo do Jardim Europa, sugestivo nome do bairro rico da cidade onde o prefeito mora.

De prefeito a xerife, Doria quer ser uma espécie de John Wayne para São Paulo.

Numa grosseira resposta a uma jornalista da rádio CBN, o prefeito criminalizou os pichadores chamando-os de "bandidos" e sugerindo que mudassem de "profissão" ou de cidade.

A estratégia do prefeito é conhecida na História desde a publicação, em 1925, de "Mein Kampf" (Minha Luta), do líder nazista Adolf Hitler. Com significativa diferença, Hitler publicou o livro oito anos antes de chegar ao poder. O resto da história todas nós conhecemos.

De origem atrasada, assim como os que o acompanha, a perigosa estratégia do prefeito consiste em criar "os inimigos da cidade".

O alvo da vez - e não vai parar aí - são os pichadores e sua "arte degenerada".

Doria insiste em separá-los em categorias das quais nada entende, como grafiteiros e muralistas, e assim pretende dividi-los para cooptá-los em seguida.

Com ajuda do seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, o prefeito pediu emprestado a ajuda da Secretaria de Segurança Pública que cedeu apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da Polícia Militar para combater pichadores na cidade.

Percebe-se que o prefeito tem uma obsessão pelo cinza, inclusive o da farda da Polícia Militar.

Doria também pretende criar uma cidade-policial ao convocar munícipes para denunciar qualquer pessoa que esteja portando uma lata de spray na mão.

A cruzada de Doria contra os pichadores já rendeu mais de 40 pessoas detidas e pretende ainda processá-las criminalmente.

Se o prefeito continuar assim, e pelo histórico já conhecido das policias paulista, não vai demorar muito para policiais militares confundirem convenientemente spray com armas. Serão os famigerados "autos de pichação" ou o "pichação seguida de morte".

Portanto, as medidas de Doria contra pichadores podem ser mortais.

Em agosto de 2014, policiais militares assassinaram dois pichadores na Mooca, zona leste de São Paulo, depois de uma suposta denuncia de que havia dois homens tentando roubar um prédio na região.

Doria carece de ideias inovadoras para São Paulo, por isso anuncia medidas regressivas como novidades, como por exemplo, entregar para a iniciativa privada, igualmente fantasiadas de organizações sociais, equipamentos públicos municipais como o Centro Cultural São Paulo e a rede de bibliotecas da cidade.

Os eleitores paulistanos elegeram um político atrasado iludidos pela suposta eficiência do empresario que virou prefeito.

Reconheçamos, a meritocracia como ideologia das elites é contagiosa e cruza fronteiras sociais.

Não adianta chorar, pois não sobrará nem leite para derramar na cidade, já que Doria pretende cortar até o programa Leve Leite, que dá 2 quilos de leite em pó por mês para as famílias com alunos matriculados na rede municipal de educação.

Bem vindos ao Velho Oeste de João Doria!