domingo, 11 de dezembro de 2011

Grafiteiros vencem a censura da CPTM em SP

Grafite PM-coxinha antes da censura

Os grafiteiros Beto Silva e Bruno Perê, autores dos respectivos trabalhos "PM-coxinha" e "todo vagão tem um pouco de navio negreiro", acertaram quando não aceitaram fazer outro grafite que não os originais censurados, no mês passado, pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), no muro da futura estação Adolfo Pinheiro, em Santo Amaro, zona sul paulistana.

Grafite PM-coxinha depois da censura

Quando souberam da censura, os grafiteiros reagiram. Beto afirmou que o trabalho é uma crítica social bem humorada sobre atitudes violentas da Polícia Militar. Bruno disse que a crítica que ele fez foi saudável.
Grafite todo vagão tem um pouco de navio negreiro

Vale lembrar que em outubro, o rapper e ativista Preto Will, do grupo Versão Popular e membro da Cooperifa foi vítima de racismo e agressão física na estação Campo Limpo do metrô, na mesma zona sul.Will foi agarrado pelo colarinho e pelas costas com uma gravata e levado para fora da estação. O segurança que o agrediu ainda disse que se ele quisesse que pegasse o ônibus, pois de metrô ele não iria. O rapper chegou a ser hospitalizado com escoriações pelo corpo.

Todos os dias, nos horários de picos, milhares de pessoas trabalhadoras se espremem nas estações de trens (Luz e Brás, por exemplo) e metrôs (Jabaquara, Sé, São Bento, Itaquera e toda linha Vermelha, só para citar algumas) em São Paulo.
As críticas que os grafiteiros fizeram são pertinentes e não é à toa que os trabalhos foram parar nos muros da CPTM. Racismo e descaso com o povo são sistemáticos em São Paulo. Nada melhor que a arte para denunciar o que o sistema faz, mas não assume a autoria. Os grafiteiros que assinam os trabalhos voltarão para o mesmo muro ainda este mês para refazer o grafite e afirmar novamente suas críticas.

Nenhum comentário: