Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Roberto Carlos
EU VOLTEI AGORA PRA FICAR!
Fiquei sem escrever para este
blog, mas não deixei de escrever meus pitacos sobre poéticas políticas do
cotidiano. O campo de interesse para os comentários publicados neste blog são
os mesmos: cultura, educação e direitos humanos, dimensões maltratadas Brasil afora
e atacadas pelo ex-presidente Bolsonaro. Resgatadas do desmanche a que foram
submetidas, o atual presidente Lula deu demonstrações de que essas três
dimensões da vida terão importância estrutural para o país daqui pra frente. Ficarei atento para
as ações concretas do atual governo Lula para cada uma dessas dimensões e
sempre que possível deixarei registrado neste blog meus comentários. Por enquanto, aproveite a dica literária!
VERMELHO COMO O VENTO, é o livro de estreia da poeta “pernambaiana”, residente desde 2001 em São Paulo, Conceição de Maria Machado, a Nsema Dya Nzuulu do Nzo Tanurí Junsara da Nação Angola. O livro é dividido em dez capítulos que abrigam poemas atravessados direta ou indiretamente por variações do tempo, como este que abre o capítulo “Filha do vento e do fogo”:
exu
é guardião das horas a passar
Na pupila do seu olho a ânsia brinca
estigma não se cria,
o vento atravessa.
O também poeta Landê Onawale crava na abertura do livro que Conceição “é essa poeta por quem o tempo espera”. Larissa Correa Gonçalves, outra poeta que assina o Prefácio escreve que “São Paulo fica menos cinza com a força da Bahia”. E quem dúvida?!?
Permeado pela cosmovisão de matriz africana sobre o tempo, a própria autora assina o “Glossário de expressões linguísticas africanas” presentes nos poemas para que o leitor e a leitora compreendam o contexto e o sentido das expressões utilizadas nos versos da autora.
As ilustrações são assinadas pela Francine Zaunrith Souza. O livro foi lançado pela editora paraibana Arribaçã (Cajazeiras, 2022) e coube ao editor Linaldo Guedes os comentários de capítulo à capítulo presente na última parte do livro. É dele a conclusão: “Conceição reparte com nós, leitores, a beleza de sua poesia.” Obrigado pelo padê poético, Conceição!