Todo apoio a greve dos professores e professoras de SP
Eu tinha registrado aqui neste blog que o Brasil ainda não
sai bem na foto quando o assunto é Educação. Uma contradição para um país bem
posicionado entre as maiores economias do mundo. Naquela ocasião, tinha anotado
que no Brasil não falta dinheiro, o que falta é investimento direto na
Educação. Com razão, comemora-se toda vez que avanços importantes acontecem,
necessárias correções históricas são feitas e também quando se faz justiça na
Educação no Brasil.
Já tinha anotado também que na ponta do problema professores
e professoras de instituições públicas enfrentam duras rotinas de sala em sala,
de escola em escola para equilibrar de um lado o ofício exigido pela profissão
e de outro as contas pessoais. Soma-se assim exaustiva jornada de trabalho, grandes
deslocamentos e baixos salários.
Recentemente, professores e professoras da rede estadual de
ensino fizeram greve por melhorias no exercício da profissão docente. Mobilizaram-se
e foram para as ruas. Exigiram muito, ganharam pouco e a greve foi suspensa
pelo sindicato que representa a categoria. Terminou a greve, sobraram
controvérsias.
Neste momento, professores e professoras da rede municipal
de ensino de São Paulo estão em greve. Parece que exigem muito. Mas só parece. Exigem
que o atual prefeito cumpra a afirmação feita por ele durante debate na
campanha eleitoral de que daria um reajuste de 25% nos salários dos docentes.
Segundo o então candidato, o reajuste era justo porque não se tratava de uma
promessa de programa partidário e sim do cumprimento de uma lei já aprovada e
acordada com a categoria naquela gestão. Cabia a ele apenas cumprir a lei. Uma
vez no poder, entram em cena as limitações pragmáticas.
Direito a greve não se negocia. O que se negocia é o
cumprimento das pautas de reivindicações colocadas pela categoria. Nem a greve é balcão de negócios e nem as reivindicações são moedas de troca para interesses que não os compromissos
com a categoria e a sociedade que neste caso tem a Educação como direto
fundamental.
As greves docentes nos seus diferentes níveis e orientações
sempre apresentam pautas de reivindicações justas. Investir na docência é
investir na Educação. Portanto, não há pauta que seja abusiva naquilo que só o
poder público pode cumprir.
Em suma, o que os professores e professoras da rede
municipal de ensino em greve no momento exigem é o reajuste salárial como
previsto em lei, melhoria no plano de carreira e nas condições de trabalho,
como diminuição do número de alunos por sala. Tudo muito claro!
Acontecimentos corriqueiros têm mostrado que na mesa de
negociações entre dirigentes sindicais e poder público são diluídos não apenas o
açúcar empedrado no café amargo, mas também a tensão necessária onde nem sempre
os interesses defendidos em gabinetes representam os interesses de quem
participa de tudo com os pés no chão e nas salas de aula. E é justamente quem
tem os pés no chão e nas salas de aula quem faz a diferença no dia a dia da
educação!
Professores e professoras em greve têm nas mãos o poder de
ensinar a prefeitura de SP, a cidade mais rica do país, e até aos dirigentes de
suas próprias organizações de classe, que costumam decidir tudo no alto, que
cidade educativa é cidade com educação pública, gratuita e de qualidade
ancorada em um Projeto
de Educação gestado no seio popular, transformador, participativo e inclusivo, incompatível com as atuais estruturas
que mantém desigualdades sociais histórias, a começar pela desvalorização dos
seus educadores e educadoras.
Recall
Após acordo da prefeitura com o sindicato que representa a categoria, a greve docente municipal foi encerrada na tarde do dia 24, decidida no alto dos gabinetes e depois repercutida em bom som no carro de som, como de costume. Acredito em quem tem os pés no chão e nas salas de aula, fazendo a diferença no dia a dia da Educação. Salário é bom e quando é justo é melhor ainda. Mas nem só de reajustes vive a Educação. Acabou a greve, fica a lição!
Recall
Após acordo da prefeitura com o sindicato que representa a categoria, a greve docente municipal foi encerrada na tarde do dia 24, decidida no alto dos gabinetes e depois repercutida em bom som no carro de som, como de costume. Acredito em quem tem os pés no chão e nas salas de aula, fazendo a diferença no dia a dia da Educação. Salário é bom e quando é justo é melhor ainda. Mas nem só de reajustes vive a Educação. Acabou a greve, fica a lição!
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