Foto: Irineu Yahia
Encontro analisou a ocupação israelense e os recentes ataques à Faixa de Gaza. “Na
Palestina isso se dá através da ocupação ilegal e aqui no Brasil com a
especulação imobiliária”, diz membro do movimento palestino em SP
Por Maura Silva
No sábado (26), a Favela do Moinho, localizada no centro de São Paulo, foi palco da primeira atividade do ciclo de palestras organizado pelo Movimento Palestina para Todos (Mop@t). O movimento pretende, em conjunto com a comunidade do Moinho, realizar atividades de formação e informação sobre a Palestina.
No sábado (26), a Favela do Moinho, localizada no centro de São Paulo, foi palco da primeira atividade do ciclo de palestras organizado pelo Movimento Palestina para Todos (Mop@t). O movimento pretende, em conjunto com a comunidade do Moinho, realizar atividades de formação e informação sobre a Palestina.
Segundo Hasan Zarif, membro do
Mopat, a proposta é fazer dessas atividades um espaço para a troca de
ideias, formação e construção de ações que façam a conexão entre o
cotidiano palestino, com toda sua luta e resistência, e a luta diária da
população periférica no Brasil.
“A idéia das atividades é
aproximar a periferia de São Paulo, o oprimido daqui do Brasil, com o
oprimido da Palestina. A escolha da Favela do Moinho se deu por conta do
histórico de resistência das pessoas daqui. Temos um muro que cerca a
favela, assim como o que tem na Palestina, isso sem falar das tentativas
de desapropriação e a luta diária pelo território. São processos muito
parecidos. É a tática expansionista de afastar as pessoas para além do
muro. Na Palestina isso se dá através da ocupação ilegal e aqui no
Brasil com a especulação imobiliária”, salienta.
Nesse primeiro
debate, além de análise do contexto histórico e situação atual, os
presentes puderam participar de um chat ao vivo com Leila Khaled e
Sumoud Sa'adat.
Figura histórica da resistência palestina, Leila
chamou a atenção do mundo para as violações cometidas pelo Estado de
Israel em 1970, quando participou do sequestro de um avião da companhia
israelense EI AI, que viajava de Amsterdã para Nova Iorque.
Leila
agradeceu o apoio dos movimentos sociais brasileiros que se somam em
protestos contra as violações cometidas por Israel e, ainda, ratificou a
importância da campanha de BDS (Boicote, Desenvolvimentos e Sanções)
como forma efetiva de pressionar e desestabilizar o governo israelense.
Ela
falou também sobre o massacre em curso na Faixa de Gaza com a operação
militar “Barreira Protetora”, que até o momento já matou mais de mil
palestinos, a maioria civis, mulheres e crianças e deixou mais de 7 mil
feridos.
“Estão matando nossas mulheres e nossas crianças. Essa é uma prática genocida”, afirmou.
Sumoud
Sa'adat, ativista pela libertação dos presos políticos palestinos e
filha de Ahmad Sa’adat, secretário-geral da Frente Popular para a
Libertação da Palestina, preso desde 2002, também participou da
atividade.
Ela agradeceu o apoio à luta palestina, e chamou
atenção para as violações sistemáticas cometidas nas prisões
israelenses. “Existem pessoas que estão há mais de oito anos em prisão
administrativa, muitos sem nem saber do que estão sendo acusados. Essa
política é usada contra todos: crianças, adultos, trabalhadores,
mulheres, parlamentares”, diz.
Sumoud também falou dos ataques indiscriminados que Israel tem lançado a alvos civis na Faixa de Gaza.
“Esse
é um genocídio planejado. Israel sabe exatamente quem está atingindo
quando lança mísseis em direção a hospitais e escolas”, finaliza.
O Movimento pretende seguir com o ciclo de debates por outras regiões da cidade. A atividade terminou com um sarau onde foram lidos poemas de luta e resistência pelo poeta Ruivo Lopes.
O Movimento pretende seguir com o ciclo de debates por outras regiões da cidade. A atividade terminou com um sarau onde foram lidos poemas de luta e resistência pelo poeta Ruivo Lopes.
Publicado originalmente em Brasil de Fato.
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