O Grito dos Excluídos, realizado
no último dia 7 de setembro, marcou presença em praticamente todo o país. O
lema da 19ª edição era "Juventude que ousa lutar constrói o projeto
popular". Cada cidade organizou seu próprio grito, incorporando pautas
diversas. Desde a sua origem, o Grito dos Excluídos,
como o próprio nome sugere, é articulado e mobilizado por movimentos sociais e
populares marginalizados tanto pelas políticas neoliberais privatistas quanto
pelo neodesenvolvimentismo de alto custo.
Em São Paulo, outro grito ecoou
no centro da cidade. Manifestantes foram impedidos de chegar até a Câmara
Municipal por policiais militares fortemente armados e truculentos. As cenas da
violência policial contra os manifestantes nas barbas do legislativo municipal são
sintomáticas.
Na semana passada, no dia 3, a
mesma Câmara, numa sessão polêmica e muito tumultuada, aprovou por 37 votos a
15 - e uma abstenção -, o projeto do vereador coronel Telhada (PSDB) para
conceder uma honraria a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa de elite
da Polícia Militar também conhecida como a “polícia que mata”.
O grito que se ouviu ali na rua naquele
sábado foi o de "é guerra" por parte dos PMs e o de "fiquei cego" do estudante Vitor Araújo, atingido no olho direito por estilhaços
de bombas lançadas pelos policiais. A vingança policial seguiu ainda por outras
ruas do centro da cidade, ferindo novos manifestantes e até pedestres.
Estes manifestantes, a maioria
jovens, que a princípio tinham como alvo a Câmara Municipal, queriam também
tirar satisfação da chamada Casa do Povo pela vergonhosa negociação política
dos vereadores que resultou na aprovação de uma homenagem para a Rota. Estes
jovens foram até lá para gritar que não estão dispostos a entrar para as estatísticas
do Mapa da Violência, onde a juventude preta, pobre e da periferia é o alvo
preferido das policias. Mas, infelizmente, a Câmara se faz de surda!
Nenhum comentário:
Postar um comentário