sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Leiaí: Uma vez professora, sempre professor

 

Uma vez professora, sempre professor

Sempre estudei em escolas públicas. Da pré-escola ao ensino médio foram muitas escolas em bairros e cidades diferentes, conforme as necessidades de mudança das muitas casas alugadas pelas quais também morei com minha família. Graças a regionalização da educação pública, estudei com estudantes que também moravam nos mesmos bairros que eu ou próximo. A convivência na escola era importante para a convivência fora da escola e vice-versa. Com uma diferença: fora da escola, contávamos com o apoio da própria família – cada qual tinha a sua do seu próprio jeito, mas quase sempre chefiada por mulheres e quando o assunto era filhos elas lideravam -; e dentro da escola contávamos com “a professora” – às vezes no plural, outras no singular, mas sempre no feminino. Aliás, na Educação Básica, a presença de professores homens é mais comum nas disciplinas específicas a partir do Fundamental II. Porém, na educação pública, mesmo neste ciclo, suspeito que a presença de professoras ainda é maior. Nas escolas privadas, a presença de professores homens parece um pouco mais equilibrada, dado que nesta modalidade, os salários também são maiores do que na educação pública – marca da desigualdade salarial entre homens e mulheres. Tudo isso para dizer que durante a primeira infância, e as crianças de modo geral, somos todos protegidos e educados por mulheres em diferentes condições – sociais e econômicas -, seja nas famílias ou nas escolas. Daí, todo mundo ter “uma professora para chamar de sua”. Este é o ponto que quero abordar nesta crônica.

Tive professoras que marcaram minha trajetória de modos diferentes. Meu repertório hoje permite que eu compreenda alguns episódios ocorridos em sala de aula ou no ambiente escolar: a professora que desmaiou de fome, a que teve uma crise de choro, a que achava que estaria no controle se a turma tivesse medo dela, a que me deu uma mochila – a primeira que tive de muitas que até hoje carrego nas costas -, a cansada, a idealista... todas elas estavam lá (e ainda estão!). É muito difícil lembrar os nomes, mas o que jamais esquecemos é o fato delas terem sido nossas professoras. Daí, chamarmos elas singularmente deste nome coletivo “Professora”. Elas raramente lembram da gente, também pudera, quantas turmas no mesmo dia, quantas turmas ano a ano, quantas turmas em diferentes escolas. O mais comum é lembrarmos delas e chamá-las assim: - Professora! Quase como prova de reverência. Embora o tempo tenha passado e ela já não seja mais nossa professora, é como se quiséssemos dizer:

- Aprendi com você. Estou vivo. Obrigado por ter me ensinado!

Tornei-me educador pelas circunstâncias da vida. Primeiro pela necessidade, depois por ativismo. Anos mais tarde, formei-me pedagogo. Novamente elas estavam lá: mulheres que já atuavam na educação infantil ou que queriam atuar na educação infantil. Eu era “o bendito fruto entre as mulheres” (era o gracejo que se fazia na sala de aula), já que a turma era formada apenas por elas. A convivência com essas mulheres foi uma formação a parte em vários sentidos.  

Primeiro como educador e depois como pedagogo, há mais de vinte anos tenho planejado, organizado, orientado e dado muitas aulas para crianças, jovens e adultos em diferentes espaços educativos. Andando pelas ruas da cidade, tem sido cada vez mais comum ser chamado pelo “nome” Professor.

- Professooorrr!!!

Parece que chegou a minha vez!

Ruivo Lopes é Educador, Pedagogo e especialista em Transversalidade da Cultura, Educação e Direitos Humanos em Diferentes Espaços Educativos.

 

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Eu voltei

Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar

Eu voltei pras coisas que eu deixei

                               Roberto Carlos

EU VOLTEI AGORA PRA FICAR! 

Fiquei sem escrever para este blog, mas não deixei de escrever meus pitacos sobre poéticas políticas do cotidiano. O campo de interesse para os comentários publicados neste blog são os mesmos: cultura, educação e direitos humanos, dimensões maltratadas Brasil afora e atacadas pelo ex-presidente Bolsonaro. Resgatadas do desmanche a que foram submetidas, o atual presidente Lula deu demonstrações de que essas três dimensões da vida terão importância estrutural para o país daqui pra frente. Ficarei atento para as ações concretas do atual governo Lula para cada uma dessas dimensões e sempre que possível deixarei registrado neste blog meus comentários. Por enquanto, aproveite a dica literária!

VERMELHO COMO O VENTO, é o livro de estreia da poeta “pernambaiana”, residente desde 2001 em São Paulo, Conceição de Maria Machado, a Nsema Dya Nzuulu do Nzo Tanurí Junsara da Nação Angola. O livro é dividido em dez capítulos que abrigam poemas atravessados direta ou indiretamente por variações do tempo, como este que abre o capítulo “Filha do vento e do fogo”:

 

exu
é guardião das horas a passar
Na pupila do seu olho a ânsia brinca
estigma não se cria,
o vento atravessa.

 

O também poeta Landê Onawale crava na abertura do livro que Conceição “é essa poeta por quem o tempo espera”. Larissa Correa Gonçalves, outra poeta que assina o Prefácio escreve que “São Paulo fica menos cinza com a força da Bahia”. E quem dúvida?!?

Permeado pela cosmovisão de matriz africana sobre o tempo, a própria autora assina o “Glossário de expressões linguísticas africanas” presentes nos poemas para que o leitor e a leitora compreendam o contexto e o sentido das expressões utilizadas nos versos da autora.

As ilustrações são assinadas pela Francine Zaunrith Souza. O livro foi lançado pela editora paraibana Arribaçã (Cajazeiras, 2022) e coube ao editor Linaldo Guedes os comentários de capítulo à capítulo presente na última parte do livro. É dele a conclusão: “Conceição reparte com nós, leitores, a beleza de sua poesia.” Obrigado pelo padê poético, Conceição!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Vacina é direito das crianças

 
Vacina é direito das crianças
por Ruivo Lopes*

(…) que as crianças cantem livres sobre os muros
E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor
E que o passado abra os presentes pro futuro
Que não dormiu e preparou o amanhecer (…)
"Que as crianças cantem livres", Taiguara

Nesses quase dois anos de pandemia um tema muito recorrente foi a educação escolar, ou seja, a escola, as aulas, os profissionais da educação, os estudantes, as famílias etc. Quando estamos imersos na rotina, nem parece que a escola é tudo isso, mas é. Interditada pela pandemia do Coronavírus, a educação escolar teve sua rotina e seu circuito de relações interpessoais e funcionamentos administrativos e pedagógicos prejudicados.

Enquanto assistíamos incrédulos parte do mundo agonizar pelas consequências da Covid-19, maus governantes no Brasil pagaram para ver e apostaram numa letal imunidade de rebanho que até o momento já custou a vida de mais 600 mil brasileiros e brasileiras. A omissão intencional e criminosa retardou a vantagem de tempo e antecipar medidas para minimizar o impacto da pandemia no País. Ainda me lembro do áudio de celular enviado de Barcelona, em meados de fevereiro de 2020, por um amigo ainda atônito com as medidas de isolamento impostas pelo governo espanhol: “Se cuidem. Porque se esse vírus chegar no Brasil fará um enorme estrago”, disse ele em tom de voz que lhe custava sair pela garganta. Naquela ocasião, 800 pessoas morriam por dia na Espanha. Em março, o Brasil já registrava mais de 3 mil mortes por dia de Covid-19. Um preço muito alto, pago com a vida, devido a opção pela morte feita pelo governo brasileiro.

Pois bem. De repente todos sentimos falta da educação escolar. Um misto de preocupação genuína com o prejuízo dos estudantes com a suspensão das aulas presenciais e as projeções catastróficas dissimuladas de empresários da educação e seus representantes – inclusive na sociedade civil – para o retorno a todo custo, inclusive de vidas, das aulas – das escolas particulares -, interditou o debate sobre qualquer plano de ação emergencial adotado por secretarias de Educação estaduais e municipais, já que o Ministério da Educação, a exemplo do governo, lavou as mãos e deixou escorrer pelo ralo qualquer responsabilidade de coordenação federativa para amparar os entes vinculados ao MEC, fazer frente ao impacto da pandemia nas escolas e apoiar profissionais da educação, estudantes, famílias etc. Resultado, cada ente federativo agiu como pode, como quis, como bem entendeu. O preço pago por essa desarticulação federativa promovida pelo MEC ainda não foi calculado.

Vacina para crianças

Eis que entramos no terceiro ano da pandemia e novamente todos se perguntam como será o retorno das aulas presenciais, especialmente tendo as vacinas retardadas para crianças em um gesto intencional e criminoso do governo federal.

Longe de mim ser catastrófico, principalmente quando o assunto é educação. Se há uma dimensão da vida humana capaz de enfrentar catastrofismos intencionais que reduzem a visão de mundo da humanidade é a educação. Portanto, só a educação recupera qualquer tempo na história. Recuso a ideia de “tempo perdido”. Em mais de vinte anos de atuação na educação, testemunhei – e lamentavelmente ainda testemunho -, uma imensa maioria de gente que tem seu “tempo roubado”, expropriadas pela ganância do vil metal. A própria História nos ensina como não sucumbimos à catástrofes intencionais incensadas em palácios nesse longo caminho da humanidade.

Mas este momento também nos ensina que viver é resistir a insensatez que expõe crianças aos riscos de um vírus para o qual já existe vacina. Precisamos ensinar às nossas crianças que as vacinas são fruto da capacidade humana para compreender a natureza, articular conhecimentos e produzir medicamentos para o bem comum. Elas precisam saber que foi assim que eliminamos de circulação outras doenças e proporcionamos a longevidade que conhecemos hoje. As vacinas contribuíram para o encontro de gerações entre avôs e avós com seus netos, por exemplo.

Que nossas crianças tenham o direito de se beneficiar do bem produzido neste momento para eliminar de circulação esse terrível vírus. Que elas possam contar para as próximas gerações que viveram porque resistiram a insensatez de um Herodes contemporâneo que governou o Brasil. Dentre elas estarão os futuros profissionais da educação, cientistas, bons governantes etc. Elas terão a vantagem da História como companheira para não permitir que outras gerações paguem com a vida o preço que suas famílias, parentes e amigos/as pagaram em um triste passado recente.

Ruivo Lopes é Educador do Círculo de Cultura, Educação e Direitos Humanos.

Publicado originalmente em Jornalistas Livres, 12/01/2022. 

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Ouçaí: Elizandra Souza no Podcast Encontro Marcado

Se ligaí! Neste sábado, às 18h, tem Encontro Marcado - Podcast da Câmara Periférica do Livro. Uma parceria da Rede de Editoras e Selos Editoriais das Periferias, Ação Educativa e Rádio Heliópolis. Apoio da Fundação Tide Setubal. Ruivo Lopes convida a escritora Elizandra Souza. Ela também é editora na Mjiba - Literatura Negra. Ouçaí pela página www.heliopolisfm.com.br ou sintonize 87,5 FM ou assista ao vivo pelo Facebook da Rádio!

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Paulo D'Auria no Podcast Encontro Marcado

Se ligaí! Neste sábado, às 18h, tem Encontro Marcado - Podcast da Câmara Periférica do Livro. Uma parceria da Rede de Editoras e Selos Editoriais das Periferias, Ação Educativa e Rádio Heliópolis. Apoio da Fundação Tide Setubal. Ruivo Lopes convida o escritor Paulo D'Auria. Ele também é editor da Edições do Tietê (https://shopee.com.br/poetasdotiete). Ouçaí pela página www.heliopolisfm.com.br ou sintonize 87,5 FM ou assista ao vivo pelo Facebook da Rádio!

sábado, 14 de agosto de 2021

Israel Neto no Podcast Encontro Marcado

 

Se ligaí! Neste sábado, às 18h, tem Encontro Marcado - Podcast da Câmara Periférica do Livro. Uma parceria da Rede de Editoras e Selos Editoriais das Periferias, Ação Educativa e Rádio Heliópolis. Apoio da Fundação Tide Setubal. Ruivo Lopes convida o escritor Israel Neto Réu. Ele também é editor da Kitembo Edições Literárias. Ouçaí pela página www.heliopolisfm.com.br ou sintonize 87,5 FM ou assista ao vivo pelo Facebook da Rádio!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

É preciso salvar os direitos humanos no Brasil

 


No momento em que escrevo esta mensagem, o Brasil registra 183 mil mortos pela pandemia do novo coronavírus e 7 milhões de infecções confirmadas. Os óbitos diários superam a marca dos 900. Os números são assustadores. Cada número nesta contagem macabra representa um nome, uma história, uma projeção no mundo, uma família e amigos. Todos marcados pela ausência e luto. Mais assustador é saber que os números tendem a aumentar e com eles também as ausências e o luto entre nós. 
 
Enquanto ansiamos pela vacina, sofremos angústia por viver uma realidade que encurtou o horizonte, tornado-a pragmática e imediatista, comprometendo, assim, nosso futuro como sociedade já tão fragmentada pelas profundas desigualdades que violam a dignidade humana no País. 
 
Divulgado nesta semana, o relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento), da ONU, registra que o Brasil perdeu cinco posições no ranking mundial do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e passou do 79º para o 84º lugar entre 189 países. Os dados analisados são de 2019, portanto, não refletem o impacto da pandemia do novo coronavírus. Os principais fatores que compõem o IDH são a expectativa de vida, os anos de escolaridade e a renda per capita. 
 
No começo do segundo semestre deste ano, o IBGE divulgou dados inéditos sobre o abandono escolar. Das 50 milhões de pessoas com idades entre 14 e 29 anos, dez milhões, ou seja, 20% delas, não tinham terminado alguma das etapas da educação básica. Pretos e pardos são a maioria neste índice. 
 
Dados da pesquisa "Efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro: Desigualdades, ingredientes trabalhistas e o papel da jornada", publicada pela FGV Social (Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas), sobre a renda do trabalhador brasileiro no segundo trimestre deste ano já mostravam que o impacto da pandemia na renda da população mais pobre foi maior do que na dos mais ricos. A metade mais pobre da população brasileira perdeu 27,9% de sua renda, em média, passando de R$ 199 para R$ 144, enquanto os 10% mais ricos perderam 17,5% — de R$ 5.428 para R$ 4.476.
 
Em vigor, o chamado Teto de Gastos (Emenda Constitucional 95/2016) restringe investimentos públicos, aprofunda as desigualdades e ameaça serviços básicos oferecidos a maioria da população brasileira. Se os números de mortos pela pandemia do novo coronavírus que abre esta mensagem são assustadores, sabe-se 1) que esta cifra poderia ser ainda maior se não fosse a cobertura nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e 2) que esta cifra poderia ser menor caso investimentos necessários tivessem sido feitos no SUS antes e durante a pandemia. Investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e seguridade social estão comprometidos pela vigência do Teto de Gastos. Aqui destaco que chamo de investimento social aquilo que chamam convenientemente de Teto de Gastos. O Estado não é “poupança”. Arrecada – ainda que de forma desigual - para investir, sobretudo para garantir o bem-estar da população. 
 
Nunca é demais lembrar que o Brasil é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos que em seu Artigo 25 afirma que 
 
Toda pessoa tem direito a um nível de vida adequado que lhe assegure, assim como à sua família, a saúde e o bem-estar e, de modo especial, a alimentação, o vestuário, a habitação, a assistência médica e os serviços sociais necessários; tem ademais, direito aos seguros em caso de desemprego, enfermidade, invalidez, viuvez, velhice e outros casos de perda dos seus meios de subsistência por circunstâncias independentes de sua vontade. 
 
Não é difícil constatar que o governo brasileiro tem aversão aos direitos humanos. A morte não pode ser aceitável como destino quando a vida é interrompida porque faltaram as condições necessárias para a sua plenitude. A política existe para interferir em supostos “destinos”. Pela ação e omissão, o governo Bolsonaro (ex-PSL) ficará marcado como um triste capítulo da nossa história recente por ter optado pela política da morte. 
 
Ruivo Lopes
São Paulo, 18/12/2020

sábado, 5 de dezembro de 2020

Diálogos e lançamento do Perfil das Editoras e Selos marcam o segundo dia da Feira Virtual do Livro das Periferias

Se ligaí! 

Acontece hoje (5), o segundo dia da Feira Virtual do Livro das Periferias no qual participo de duas atividades:

Mesa 3

Das 15h às 16h,

Ritmo, Poesia e Afrofuturismo: produção editorial da bibliodiversidade nas periferias.

Com: Toni C., editor da Editora LiteraRUA & Israel Neto, editor da Kitembo - Edições Literárias do Futuro

Mediação: Ruivo Lopes, Coordenador da Pesquisa do Projeto Câmara Periférica do Livro

Lançamento do Perfil das Editoras e Selos da Câmara Periférica do Livro

Das 19h às 21h

Apresentação: Ruivo Lopes, Coordenador da Pesquisa do Projeto Câmara Periférica do Livro

Comentário: José Castilho de Marques Neto, Consultor sobre Livro e Leitura para o Brasil e América Latina

Mediação: Nabor Junior, Editor do Perfil do Projeto Câmara Periférica do Livro

Confira a programação completa deste sábado (5) e domingo (6) aqui: https://sites.google.com/.../cplfei.../programa%C3%A7%C3%A3o
 
Confira também as editoras e selos participantes da Feira e seus respectivos catálogos de livros disponíveis para venda: https://sites.google.com/view/cplfeiradelivro/editoras
 
Curta, compartilhe e participe!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Feira virtual destaca produção editorial das periferias de SP


Se ligaí! 
 
Começa nesta sexta, dia 4, e segue até domingo, dia 6, a 1ª Feira Virtual do Livro das Periferias!

O evento reúne editoras e selos de publicação e contará com apresentações, mesas de diálogo e lançamentos. Confira a programação completa aqui: www.feiradolivrodasperiferias.org.br

Durante a feira, serão lançados o Perfil e o Catálogo das Editoras e Selos das Periferias

O perfil é um raio-X do mercado editorial periférico que produziu 375 títulos de 275 autores e autoras, movimentando cerca de R$ 3,75 milhões!

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

CONSCIÊNCIA DO BRASIL NEGRO é tema do programa Voz Ativa do Jornalistas Livres

Se ligaí! 

Nesta sexta (20), às 17h, conecte-se ao Facebook, Youtube e Twitter do Jornalistas Livres e assista ao vivo o programa Voz Ativa - Cultura, Educação e Direitos Humanos na Web. Ruivo Lopes convida o ativista Milton Barbosa, um dos fundadores do Movimento Negro Unificado-MNU, para dialogar sobre CONSCIÊNCIA DO BRASIL NEGRO. Coordenação: Joana Brasileiro. Não perca, curta, compartilhe e participe!

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Slam Capão reúne onze poetas e um livro

                                            Livro e Poster Lambe Lambe do Slam Capão (2020)

Chegou em minhas mãos o livro "Favela em Ação", organizado pelo Slam Capão, coletivo criado por jovens mulheres do Capão Redondo, emblemático bairro da zona sul de São Paulo.

Pra quem ainda não conhece, "os slams são campeonatos de poesia de autoria própria (...). Com texto escrito previamente ou improvisado (...). O júri é escolhido na hora e dá notas inteiras ou fracionadas (...). Entre todos os competidores, a maior nota vence", explica o texto na contracapa do livro.

Já nas orelhas do livro, o crítico literário Reynaldo Damazio destaca que "o movimento que vem das periferias desloca o eixo da escrita e da leit
ura, da hegemonia da edição e circulação do poema, abrindo espaço para novas vozes, escancarando a realidade excludente e desigual do país, com ritmo e crítica, metáfora e denúncia".

No prefácio, Geovana Maria, integrante do Slam Capão, escreve sobre o início do coletivo até a publicação do livro e conta como a poeta Kimani venceu competições locais, chegando a representar o Brasil na Batalha Mundial na França, para onde "levou junto de si o Capão pro Mundo".

A apresentação é assinada por Emerson Alcalde, curador do Torneio dos Slams. Ele escreve como ocorreu, do começo ao fim, o torneio de 2019 e a participação das comunidades slams, incluindo as da Grande SP. Em sua narrativa, Alcalde refere-se aos coletivos slams como comunidades, isso se deve ao fato dos coletivos destacarem - e às vezes ostentarem - em seus trânsitos os lugares de origem aos quais pertencem, assim como fazem outras expressões culturais das periferias. Impossível não pensar na herança da cultura Hip Hop, territorializada desde a origem. "É nas rodas culturais ocorridas em praças e ruas que as intervenções artístico-literárias habitam, comunicando-se diretamente com os transeuntes em um ato imediato e efêmero, mediado pela expressão corporal, vocal e pelo discurso afiado. A recepção a obra é coletiva, ampliando a noção de comunidade (...). Poetas e plateia tornam-se cúmplices uníssonos na participação.(...) As vozes dos slammers nos fazem crer que não estamos sozinhos", escreve Alcalde. O Slam Capão foi a comunidade vencedora desta edição e o prêmio incluiu a publicação deste livro.

O livro reúne onze poetas e três textos para cada. Antes de cada texto, o leitor é apresentado ao poeta por meio de breve biografia sempre seguida por retrato do poeta. Dos onze poetas do livro, oito são mulheres. Além dos paulistanos, alguns tem origem em outros estados como Minas Gerais, Ceará e Rio de Janeiro.

O tempo do poema falado conta para a apresentação do poeta durante cada etapa do slam. Assim, é possível perceber também a presença do tempo no poema escrito. Nesta versão dos poemas falados, tempo e ritmo atuam no subconsciente do leitor, principalmente para quem já ouviu ou testemunhou algum destes poemas declamados - anunciados ou falados - pelo próprio autor. Escritos, o poemas apresentam formas da prosa com parágrafos bem definidos e da poesia com tradicionais conjunto de versos. Em comum, a primeira pessoa como sujeito das narrativas.

No posfácio, a trabalhadora da cultura Priscila Mastro escreve: "Este livro é da quebrada, mas é a resposta de que a quebrada não está pegando caco de nada, ela está buscando de volta toda referência negada, todo ouro roubado, toda a história que tentaram apagar. O futuro certamente lerá esse livro e saberá porque a história mudou no meio do caminho, muito tempo depois da invasão do Brasil".

O livro foi publicado com apoio da Ação Educativa/Estéticas das Periferias - 2019, Poiesis, Casa das Rosas e Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, e editado pela Cosmos.

Acompanha o exemplar que tenho em mão um poster lambe lambe com a mensagem afirmativa "Eu amo slam". Nada mais sugestivo!

Livro: "Favela em Ação", 168 páginas
Gênero: Poesia
Autor: Slam Capão (org.)
Editora: Cosmos, 2020
Contato: cosmos@editoracosmos.com.br
Sítio: www.editoracosmos.com.br

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

CIDADES JUSTAS E DEMOCRÁTICAS é tema do programa Voz Ativa do Jornalistas Livres

Se ligaí!

Nesta sexta (6), às 17h, conecte-se ao Facebook (CLIQUE!) e Youtube (CLIQUE!) do Jornalistas Livres (CLIQUE!) e assista ao vivo o programa Voz Ativa - Cultura, Educação e Direitos Humanos na Web. Ruivo Lopes convida o professor Alexsandro Santos, doutor em Educação pela USP e diretor da Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, para dialogar sobre CIDADANIA, MUNICIPALISMO E CIDADES JUSTAS E DEMOCRÁTICAS. Coordenação: Joana Brasileiro. Não perca, curta, compartilhe e participe!

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DOS POVOS ORIGINÁRIOS EM SP é tema do programa Voz Ativa do Jornalistas Livres

 

Nesta sexta (23), às 17h, conecte-se ao Facebook e Youtube do Jornalistas Livres e assista ao vivo o programa Voz Ativa - Cultura, Educação e Direitos Humanos na Web. Ruivo Lopes convida o MANDATO JARAGUÁ É GUARANI para dialogar sobre PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DOS POVOS ORIGINÁRIOS EM SÃO PAULO. Coordenação: Joana Brasileiro. Não perca, curta, compartilhe e participe! 

Assista pelo Facebook: https://www.facebook.com/292074710916413/posts/2200952173361981/

Assista pelo YouTube: https://youtu.be/1QKias_aFbc

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Livro, leitura, literatura e bibliotecas para derrotar o fascismo

Se ligaí! 

Nesta terça (20), às 19h, vem dialogar com a gente na página do facebook ABC Contra o Golpe sobre como o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas podem derrotar o fascismo canarinho que assola o país. 

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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Em defesa dos espaços populares de cultura é tema do programa Voz Ativa do Jornalistas Livres

  

Se ligaí! 

Nesta sexta (9), às 17h, conecte-se ao Facebook e Youtube do Jornalistas Livres e assista ao vivo o programa Voz Ativa - Cultura, Educação e Direitos Humanos na Web

Ruivo Lopes convida, JOTA VIANNA, CLÉIA VARGES e DECO MORAIS, integrantes do CITA - Cantinho Integrado de Todas as Artes, localizado na Praça do Campo Limpo, zona sul de SP, ameaçado de despejo pela prefeitura de Bruno Covas (PSDB). 

Coordenação: Joana Brasileiro. 

Não perca, curta, compartilhe e participe:

Facebook: https://www.facebook.com/jornalistaslivres/posts/2162777487179450 (CLIQUE!)

Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Dt45gmX5OOc (CLIQUE!)

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

MASSACRE DO CARANDIRU: 28 ANOS DEPOIS no programa Voz Ativa do Jornalistas Livres

Se ligaí! Nesta sexta (2), às 16h, conecte-se ao Facebook e Youtube do Jornalistas Livres (CLIQUE!) e assista ao vivo o programa Voz Ativa - Cultura, Educação e Direitos Humanos na Web. 

Ruivo Lopes convida a advogada e atriz Dina Alves, coordenadora do Departamento de Justiça e Segurança Pública do IBCCRIM, e Fábio Pereira, integrante da Amparar, para o diálogo O MASSACRE DO CARANDIRU 28 ANOS DEPOIS. Coordenação: Joana Brasileiro

 Não perca, curta, compartilhe e participe!

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Buzo convida Ruivo Lopes para um passe de palavras

Se ligaí! 

Nesta quarta (30), às 18h30, Alessandro Buzo convida Ruivo Lopes, educador, poeta e ativista dos direitos humanos, para um passe de palavras no Instagram: https://www.instagram.com/alessandrobuzo/ 

Seja muito bem vind@ e participe com a gente!

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

30 ANOS DA ABERTURA DA VALA DOS MORTOS E DESAPARECIDOS DE PERUS é tema do programa Voz Ativa do Jornalistas Livres

 Se ligaí! Nesta sexta (4), às 17h, conecte-se ao Facebook e Youtube do Jornalistas Livres (CLIQUE!) e assista ao vivo o programa Voz Ativa - Cultura, Educação e Direitos Humanos na Web. Ruivo Lopes convida Adriano Diogo, ex-deputado estadual, coordenou a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo - Rubens Paiva e é o Coordenador Nacional dos Direitos Humanos do PT; e Ivan Seixas, ativista político, foi preso, torturado e viu seu pai ser assassinado por agentes da ditaduta civil-militar, para o diálogo 30 ANOS DA ABERTURA DA VALA DOS MORTOS E DESAPARECIDOS DE PERUS: SEM DESCANSO EM PAZ! Coordenação: Joana Brasileiro. Não perca, curta, compartilhe e participe!

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE é tema do programa Voz Ativa do Jornalistas Livres

Se ligaí! Nesta sexta (21), às 17h, conecte-se ao Facebook e Youtube do Jornalistas Livres (CLIQUE!) e assista ao vivo o programa Voz Ativa - Cultura, Educação e Direitos Humanos na Web. Ruivo Lopes convida o advogado Ariel De Castro Alves, defensor e especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública pela PUC-SP, para o diálogo O BRASIL EM CONFLITO COM A LEI: OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE EXIGEM RESPEITO. Coordenação: Joana Brasileiro.

Assista pelo Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=xF8a1vl4lS0

Assista pelo Facebook: https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/786915935394252/

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