
A saída do aluno do estágio mais primário do analfabetismo é importante e pode levá-lo a leitura, escrita e interpretação de textos se continuado o processo de alfabetização.
Moacir Gadotti, professor da Faculdade de Educação da USP e diretor do Instituto Paulo Freire, defende que as políticas de combate ao analfabetismo devem ser articuladas no marco da aprendizagem ao longo de toda a vida. Sem políticas estruturantes de longo prazo, intersetoriais e integrais, não conseguiremos eliminar o analfabetismo. Além disso, destaca, o método cubano se utiliza de cartilhas e é marcadamente instrucionista.
O professor da FEUSP considera que como um instrumento inicial de promoção da alfabetização, ele pode ter efeitos positivos. Contudo, sem uma continuidade, esse método, a médio prazo, perde a eficácia inicial. As campanhas gerais tendem a desconsiderar os diferentes contextos regionais e a diversidade cultural dos aprendizes. A utilização de novas tecnologias não deve quebrar a relação pedagógica. E completa: nada substitui o alfabetizador!
Gadotti lembra ainda que a alfabetização é multifacetada. Existem várias alfabetizações: digital, cívica, ecológica, política... O combate ao analfabetismo não se reduz à política de escolha de um método. A educação de adultos, a começar pela alfabetização, é um direito que deve ser garantido a todos e com qualidade.
[Foto: Ruivo Lopes | Salvador (BA), janeiro de 2010]