quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Literatura e Direitos Humanos na 3ª FLICT - Festa Literária de Cidade Tiradentes


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Aconteceu na última quarta (27), no Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes, o diálogo sobre práticas de mediações de leituras durante a 3ª FLICT Festa Literária de Cidade Tiradentes. Fiz uma abordagem sobre experiências literárias na defesa dos direitos humanos para uma turma de educador@s e estudantes de escolas públicas da região.

domingo, 10 de setembro de 2017

DJs Ruivo Lopes, Nat Jakovac e KL Jay na 1ª Feira de Discos Sub Shuffle


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Contagem regressiva para a 1ª Feira de Discos - Sub Shuffle no dia 17, domingo, a partir das 11h, no Shuffle Bar, Rua Ana Cintra nª 132, Campos Elíseos, região central de SP, travessa da Avenida São João, ao lado do metrô Santa Cecília. 

A Feira terá entrada franca e reunirá os principais vendedores de discos de vinil de SP e um acervo seleto em todos os estilos. 

O Shuffle Bar tem ótimas opções vegetarianas e veganas para você comer e beber. 

A discotecagem ficará por conta de Ruivo Lopes (Ritmo & Poesia - Discos e Livros), Nat Jakovac (Rap Hour) e KL Jay (Racionais MC's). 

Curta e participe!

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Agenda Cultural da Periferia na Rádio Heliópolis recebe Milton Sales

Sintonizaí! 

Nesta terça (5), às 16h, a Agenda Cultural da Periferia na Rádio Comunitária Heliópolis FM recebe o ativista e mais importante produtor do RAP & Hip Hop Nacional Milton Sales.

Tem dica cultural gratuita (sarau, lançamento de livros, bate-papo, apresentações de teatro, dança, música, etc.)? Madaí nesta mesma postagem (o link da atividade ou data, hora e local detalhados), curta, compartilhe e ouça pela internet: www.radioheliopolisfm.com.br ou 87,5 FM nas imediações da comunidade e concorra a discos e livros!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Seminário em SP aborda o encarceramento em massa e pede a liberdade de Rafael Braga


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Continua nesta quinta (31) e segue até sexta (1º) o Seminário Quebrando As Grades: Pela Liberdade De Rafael Braga, na Rua Antônio de Godói, nº 88, ao lado do Paissandu/Santa Ifigênia, centro de SP. Nesta quinta, Ruivo Lopes & Pânico Brutal apresentam o projeto Ritmo e Poesia.

Confira a programação abaixo e participe:

Quinta, 31 de agosto

Mesa 1 - A Justiça como instrumento de controle da Classe trabalhadora
Palestrantes: Alberto Alonso , Mauricio Stegemann Dieterr, Carlos E. Martisn (IDDH- advogado de Rafael Braga)

Intervenção Cultural: 13:30min Ruivo Lopes poeta e artista dos direitos humanos. e Grupo de Rap Pânico Brutal rap nacional.

Mesa 2, 14h - Encarceramento, Genocidio/Feminicidio e Eugenia
Palestrantes: Weber Lopes, Silvio Almeida, GCCRIMDH - IBCCRIM

Sexta, 1º de setembro

Mesa 1: Encarceramento Hoje
Palestrantes: Isabela Miranda, Paula Sacchetta e Giva Manoel. Mediação Ruivo Lopes.

Mesa 2: Libertem Rafael e tod@s outr@s!
Com Amparar, Mães de Maio,Brigadas Populares, Coletivo Herzer, Pastoral carcerária, Campanha pela Liberdade de Rafael Braga RJ

Mesa 3: Lançamento do Livro(Quebrando as grades:Liberdade Incondicional)
Edição: AMPARAR, TRIBUNAL POPULAR, Fundo Brasil de Direitos Humanos e Sefras

Em SP, Saraus e Slams ocupam Casa das Rosas


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Acontece nesta quinta, dia 31, às 19h, na Casa das Rosas (Av. Paulista, nº 37, próximo a estação Brigadeiro do Metrô), um diálogo com o público interessado em literatura, poesia falada, saraus e slams.

A cena literária marcada pela oralidade pública que há mais de uma década ocupa as periferias de São Paulo, descentralizando a cultura na maior cidade latino-americana.

Participam do encontro Emerson Alcalde (poeta, multi-artista e organizador do Slam da Guilhermina, zona leste de SP) e Raquel Almeida (poetisa e organizadora do Sarau Elo da Corrente, zona oeste de SP). A mediação ficará por conta do educador Ruivo Lopes (poeta e integrando do Coletivo Perifatividade, zona sul de SP).

Este encontro faz parte da programação do Estéticas das Periferias 2017. Compartilhe, convide amig@s e participe!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Agenda Cultural da Periferia na Rádio Heliópolis convida o rapper Vinão Alobrasil


Sintonizaí! 

Daqui a pouco, às 16h, tem Agenda Cultural da Periferia na Rádio Comunitária Heliópolis FM.

Hoje, entrevisto ao vivo o rapper Vinão Alobrasil para apresentar em primeira mão seu novo disco "Vida". 

Tem dica cultural gratuita (sarau, lançamento de livros, bate-papo, apresentações de teatro, dança, música, etc.)? Madaí nesta mesma postagem (o link da atividade ou data, hora e local detalhados), ouça pela internet: www.radioheliopolisfm.com.br ou 87,5 FM nas imediações da comunidade e concorra a um disco autografado pelo rapper! 

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Mostra cultural debate Educação e Direitos Humanos nas Periferias de SP



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Em agosto, o Coletivo Perifatividade completa 7 anos de atuação no Fundão do Ipiranga. Para comemorar, preparamos uma programação especial para a 1ª Mostra Cultural Perifatividade 7 anos de Luta! 

Encerrando a série de cinco encontros, nesta sexta (25), às 19h, "Caminho novo: a recostrução de uma luta por Cultura, Educação e Direitos Humanos", reunirá no Círculo de Cultura Perifatividade Francisca Rodrigues (Instituto Paulo Freire), Valdênia Aparecida Paulino Lanfranchi (Cdhs/Cedeca Sapopemba) e Elaine Mineiro (Movimento Cultural das Periferias). 

No sábado, dia 26, o Sarau Perifatividade e Estéticas das Periferias 2017 convidam para a comemoração dos 7 anos do Coletivo. 

No domingo, 27, um cortejo poético com congada e samba tomarão as ruas do Parque Bristol, zona sul de SP. 

Confira a programação completa, confirme presença, compartilhe, convide @s amig@s e fique muito a vontade: https://goo.gl/fgpkUv!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Agenda Cultural da Periferia na Rádio Heliópolis

Sintonizaí! 

Daqui a pouco, às 16h, tem Agenda Cultural da Periferia na Rádio Comunitária Heliópolis FM. 

Tem dica cultural gratuita (sarau, lançamento de livros, bate-papo, apresentações de teatro, dança, música, etc.)? Madaí nesta mesma postagem (o link da atividade ou data, hora e local detalhados) e ouça pela internet: www.radioheliopolisfm.com.br ou 87,5 FM nas imediações da comunidade! 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Em SP, ato político-cultural marca o Dia Internacional de Combate à Tortura




JORNADA DE LUTA CONTRA A TORTURA

Dia 26 de Junho, às 16h, nas escadarias da Catedral da Sé, Praça da Sé, centro de São Paulo

Estamos atravessando um período sombrio, em que o governo oriundo de um golpe parlamentar tenta fazer passar medidas regressivas que cortam direitos conquistados arduamente pela classe trabalhadora, alguns estabelecidos desde a década de 1940, resultado das lutas sociais iniciadas no começo do século XX.  Este governo utiliza-se de uma base parlamentar corrupta, comprada com cargos e favores, exatamente na mesma tradição dos anteriores que criticava. 

Desde a última ditadura civil-militar a frágil democracia brasileira não foi suficiente para superar os males de origem do país como o genocídio dos povos indígenas e a perseguição e o controle dos pobres das periferias, especialmente negros, trabalhadores precarizados, desempregados e sem renda formal. 

O Judiciário brasileiro tem sido a mão de ferro do encarceramento em massa. Enquanto o Brasil já soma mais de 14 milhões de desempregados, há 700 mil pessoas presas no país, um vergonhoso terceiro lugar depois dos Estados Unidos e da China. O número de mulheres presas pobres e negras só aumenta, sugerindo a "criminalização do gênero" pelo Judiciário. As unidades de privação de liberdade para adolescentes, como a Fundação Casa, estão superlotadas e a tortura é praticada como método de controle.
As chacinas e execuções sumárias de pessoas consideradas arbitrariamente como "suspeitos" continuam e a tortura permanece sendo o método sistemático das polícias para incriminar, montando provas forjadas, inclusive para criminalizar diversos movimentos e organizações sociais e populares que lutam contra este estado de mazelas. 

No contexto desse governo oriundo de um golpe parlamentar esses arbítrios perpetrados por policiais e autoridades ligadas à segurança pública multiplicam-se vertiginosamente. A indústria da “guerra às drogas” declarada pelo Estado só fez aumentar a prática da tortura, o encarceramento em massa e a execução sumária. Só para dar um exemplo, de 1º de janeiro deste ano até 5 de abril a polícia de São Paulo matou 247 pessoas. As chacinas de sem terras e de outros trabalhadores do campo aumentaram vertiginosamente. As audiências de custódia implementadas, que visavam fazer os juízes verificarem quais torturas, maus-tratos e arbitrariedades tinham sido cometidas no momento da prisão, não têm dado o resultado esperado porque a maioria dos juízes não interroga o preso de modo que ele possa denunciar o que sofreu até chegar a audiência. As bancadas da bala e medieval dos órgãos legislativos municipal, estadual e nacional incentivam o "linchamento" verbal das populações periféricas, LGBT, especialmente os segmentos travesti e transexual, e dos trabalhadores em geral, concorrendo assim para ampliar o sentimento de ódio contra os pobres. 

Defensores de direitos humanos precisam encarar esta realidade: a maioria dos juízes e dos policiais, bem como uma parte da população brasileira, entorpecida diariamente por programas televisivos que estimulam o medo social e a justiça com as próprias mãos apoiam a tortura como método de vingança. É um hábito secular herdado da colonização, aprimorado ao longo do período de escravidão e que se entranhou na mentalidade de parte significativa da população brasileira. Neste atual momento, em que o governo quer implementar medidas que empobrecerão ainda mais os mais pobres, o resultado será que mais pessoas se tornarão vulneráveis à perseguição e à brutalidade policial. Neste contexto, a tortura praticada pelos agentes do Estado torna-se uma perigosa arma de controle social e é o primeiro passo para acontecimentos dramáticos para os pobres, que são a execução sumária ou a prisão em massa.

Por isso, nós, movimentos e organizações sociais e populares, coletivos e grupos autônomos, ativistas culturais e artistas engajados, segmentos dos mais diversos, pessoas comprometidas com a defesa dos direitos humanos que reúne militantes de direitos humanos, ativistas políticos, sociais e pelas liberdades civis, ex-presos e perseguidos políticos, familiares de mortos pela ditadura civil-militar, familiares e vítimas da violência de estado praticada no período de frágil democracia, preocupados com a prática sistemática da tortura e da violência praticada por agentes do Estado, especialmente policiais, vimos exigir um basta de tortura neste 26 de Junho – Dia Internacional de Combate à Tortura! 

Exigimos que o governo Alckmin demonstre que não é conivente com a tortura e a violência dos agentes do Estado, instalando imediatamente a Comissão Estadual de Prevenção e Combate à Tortura em São Paulo, composta pela sociedade civil, com plenas condições de atuação efetiva, além de independência e autonomia, conforme previsto em lei! 

A tortura é incompatível com a democracia real que queremos.

Somente juntos podemos dar um basta à tortura! 

São Paulo, 26 de Junho de 2017.

Apoiam esta iniciativa:

ABRAPSO - Associação Brasileira de Psicologia Social - Regional São Paulo; ABRASBUCO - Associação Brasileira de Saúde Bucal Coletiva; ACAT – Ação dos Cristãos pela Abolição da Tortura; Associação Amparar; Associação da Parada do Orgulho LGBT de Campinas; Associação de Mulheres da Zona Leste; Associação Juízes para a Democracia; Blogueiras Negras; Centro de Cultura Social da Favela Vila Dalva; Centro de Direitos Humanos de Sapopemba; Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos; Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de SP; Cia. Kiwi de Teatro; Cia. Madeirite Rosa; Círculo de Experimentação Artística; Clínica do Testemunho do Instituto Sedes Sapientiae; COADE - Coletivo Advogados para Democracia; Coletiva Marãna; Coletivo Contra a Tortura; Coletivo DAR – Desentorpecendo a Razão; Coletivo de Esquerda Força Ativa; Coletivo Diversitas da Universidade de São Paulo; Coletivo Luana Barbosa; Coletivo Memória - Associação Paulista de Saúde Pública; Coletivo Perifatividade; Coletivo VivaCidade; Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo; Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos; Comissão Justiça e Paz de São Paulo; Cordão da Mentira; CPV - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro; CRP SP - Conselho Regional de Psicologia de São Paulo; Escola de Cidadania Zona Oeste Butantã; Estúdio Gaya1; Fala Guerreira-Periferia Segue Sangrando; Filh@s & Net@s - SP DH, Memória, Verdade e Justiça; Fórum de Defesa da Vida; Fórum Municipal de Defesa dos Direitos Humanos de Campinas; Geledés - Instituto da Mulher Negra; Grudis – Em Defesa da Democracia; Grupo de Estudos Anarquistas de Araraquara; Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo; Instituto AMMA Psique e Negritude; Juventude e Resistência Negra Zona Sul; Kazungi - Bloco Afro Percussivo; Kilombagem; Kiwi – Companhia de Teatro; LEIA - Laboratório de Estudos Interdisciplinares e Analises Social da Universidade Federal de São Paulo; Levante Mulher; Marcha das Mulheres Negras de SP; Marcha Mundial das Mulheres; Margens Clínicas; MNU - Movimento Negro Unificado; MST - Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra; Observatório de Violências Policiais de São Paulo; Pânico Brutal; PLENU - Instituto Plena Cidadania; Projetos Terapêuticos; Promotoras Legais Populares de Piracicaba; Promotoras Legais Populares de Sorocaba; Rádio Madalena; Rastilho; Rede de Proteção e Resistência contra o genocídio; Revolta Popular; Samba Negras em Marcha; SOF – Sempreviva Organização Feminista; Tribunal Popular; UMMSP - União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo; União de Mulheres de São Paulo.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Ação Educativa recebe exposição fotográfica "Opinião Pública Diret(a): pixação e política nas ruas das cidades"


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A exposição fotográfica "Opinião Pública Diret(a): pixação e política nas ruas das cidades", cerca de 50 registros feitos em mais de uma década em cidades do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro), Peru (Lima, Cusco), Bolívia (La Paz), Paraguai (Assunção), Argentina (Buenos Aires), ficará em cartaz na Ação Educativa #EspaçoPeriferianoCentro (Rua General Jardim, 660, Vila Buarque, região central de SP). A abertura é nesta sexta, dia 9, às 19h. Participe!

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Nada de novo em SP

Nada de novo... | O Portal G1 conversou com profissionais que conhecem e vivem o dia a dia das bibliotecas da cidade de São Paulo sobre cada proposta do programa [Biblioteca Viva da atual gestão municipal]. Todos afirmaram que, das nove propostas [wi-fi gratuito em todas as unidades; mapeamento do acervo; exposição de livros pela capa ao invés das lombadas; programação artística nas bibliotecas, como dança, teatro e música; reorganização do acervo; cursos de atualização para as equipes; apadrinhamento das bibliotecas por autores consagrados; saraus nas unidades; ampliação do horário de atendimento], sete já estão implantadas na capital paulista [em gestões anteriores]. Confira a reportagem na íntegra: https://goo.gl/vjqY0r!

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Hoje, em SP, Sarau da Ocupa por "Nenhuma ocupação a menos"

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Acontece hoje, quinta, dia 13, às 20h, o Sarau da Ocupa edição especial "Nenhuma ocupação a menos", na Ocupação São João, Avenida São João, nº 588 (próximo a Galeria Olido).

Não esqueça a sua letra, poesia, rima ou ideia.

Em noite de Sarau, um banquete de livros é servido e fica sempre a disposição.

Pode somar porque é tudo gente da gente, é tudo gente como a gente.

Participe, crianças são bem vindas e convide amig@s!

Exposição fotográfica de pichação política fica em cartaz na livraria Ugra Press em SP

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A exposição fotográfica "Opinião Pública Diret(a): pichação e política nas ruas da cidade" fica até sábado (15) na livraria Ugra Press (Rua Augusta, nº 1371, loja 116, região central de SP), especializada em publicações independentes. 

Confira!

Carolineando em prosa, versos e provérbios


Oficina "Carolineando em prosa, versos e provérbios" com Ruivo Lopes. 

A oficina promoveu uma prosa sobre a vida e a obra da escritora Carolina Maria de Jesus, destacando seus versos e provérbios. 

A partir da prosa, os participantes foram estimulados a criar seus próprios versos e provérbios para publicar em fanzines (publicações criativas e independentes). 

A oficina fez parte da programação do III Seminário Sementeiras de Direitos, organizado pelo Ibeac, e aconteceu em Parelheiros, zona sul de SP!

domingo, 5 de março de 2017

Em SP, fotógrafa feminista abre exposição "Mulheres livres: imagens insurgente"



Exposição Fotográfica Mulheres Livres: Imagens Insurgentes

A exposição fotográfica "Mulheres Livres: Imagens Insurgentes", que reuniu em 2015 o trabalho da fotógrafa feminista Elaine Campos, com registros desde 2010, estará novamente reunida, agora, na Passagem Literária da Consolação, especialmente no mês de março, Mês Internacional das Mulheres. A exposição reúne fotos que retratam a presença das mulheres à frente da cultura contra-hegemônica, nas lutas sociais e na arte. A exposição fotográfica será aberta na terça, dia 7 de março, às 19 horas. Entrada gratuita!

Exposição fotográfica "Mulheres Livres: Imagens Insurgentes", de Elaine Campos
Abertura: 7 de Março de 2017, às 19 horas
Visitação: 8 à 31 de Março de 2017
Segunda a sexta das 7h30 às 20h
Sábado: das 10h às 22h
Domingo: das 16h às 20h
Feriados: das 10h às 20h

Passagem Literária da Consolação
Rua da Consolação, altura do nº 2423 (esquina com a avenida Paulista), São Paulo
Entrada gratuita!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Em SP, escritora Cidinha da Silva lança novo livro de crônicas #PAREMDENOSMATAR


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Nesta sexta, dia 10, às 19h, no espaço Aparelha Luzia (Rua Apa, nº 78, Campos Elíseos, próximo a estação Santa Cecília do Metrô, região central de SP), a escritora Cidinha Da Silva volta a cidade para lançar seu mais novo e contundente livro de crônicas "#PAREMDENOSMARAT!" (Editora Ijumaa, 2016). 

Nas mais de 70 crônicas reunidas no livro, Cidinha passa a limpo o Brasil que insiste anular a humanidade de homens e mulheres negras, registrando com raro estilo e critica acontecimentos perversamente normalizados pelo racismo neste século XXI. 

Confirme presença, compartilhe e participe!

domingo, 5 de fevereiro de 2017

O faroeste paulistano de João Doria

Foto Ruivo Lopes, São Paulo, 2017.

Há pouco mais de um mês a frente da prefeitura de São Paulo, João Doria (PSDB) e seu secretariado, pertencente a uma fauna política que da sustentação ao tucanismo em São Paulo, tem promovido uma série de ações regressivas na cidade.

Assim que assumiu, Doria mostrou desprezo pela vida alheia ao aumentar a velocidade dos veículos nas marginais.

De gestor a populista, antecipou o carnaval e fantasiou-se de gari para promover um nebuloso programa chamado "Cidade Linda", varrendo, inclusive, a população em situação de rua da cidade.

Fez pior do que as pegadinhas de mau gosto dos programas de televisão dominicais ao se deslocar numa cadeira de rodas, fingindo ser cadeirante.

Disse que iria governar para os pobres, mas não saiu do Centro, ficando bem próximo do Jardim Europa, sugestivo nome do bairro rico da cidade onde o prefeito mora.

De prefeito a xerife, Doria quer ser uma espécie de John Wayne para São Paulo.

Numa grosseira resposta a uma jornalista da rádio CBN, o prefeito criminalizou os pichadores chamando-os de "bandidos" e sugerindo que mudassem de "profissão" ou de cidade.

A estratégia do prefeito é conhecida na História desde a publicação, em 1925, de "Mein Kampf" (Minha Luta), do líder nazista Adolf Hitler. Com significativa diferença, Hitler publicou o livro oito anos antes de chegar ao poder. O resto da história todas nós conhecemos.

De origem atrasada, assim como os que o acompanha, a perigosa estratégia do prefeito consiste em criar "os inimigos da cidade".

O alvo da vez - e não vai parar aí - são os pichadores e sua "arte degenerada".

Doria insiste em separá-los em categorias das quais nada entende, como grafiteiros e muralistas, e assim pretende dividi-los para cooptá-los em seguida.

Com ajuda do seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, o prefeito pediu emprestado a ajuda da Secretaria de Segurança Pública que cedeu apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da Polícia Militar para combater pichadores na cidade.

Percebe-se que o prefeito tem uma obsessão pelo cinza, inclusive o da farda da Polícia Militar.

Doria também pretende criar uma cidade-policial ao convocar munícipes para denunciar qualquer pessoa que esteja portando uma lata de spray na mão.

A cruzada de Doria contra os pichadores já rendeu mais de 40 pessoas detidas e pretende ainda processá-las criminalmente.

Se o prefeito continuar assim, e pelo histórico já conhecido das policias paulista, não vai demorar muito para policiais militares confundirem convenientemente spray com armas. Serão os famigerados "autos de pichação" ou o "pichação seguida de morte".

Portanto, as medidas de Doria contra pichadores podem ser mortais.

Em agosto de 2014, policiais militares assassinaram dois pichadores na Mooca, zona leste de São Paulo, depois de uma suposta denuncia de que havia dois homens tentando roubar um prédio na região.

Doria carece de ideias inovadoras para São Paulo, por isso anuncia medidas regressivas como novidades, como por exemplo, entregar para a iniciativa privada, igualmente fantasiadas de organizações sociais, equipamentos públicos municipais como o Centro Cultural São Paulo e a rede de bibliotecas da cidade.

Os eleitores paulistanos elegeram um político atrasado iludidos pela suposta eficiência do empresario que virou prefeito.

Reconheçamos, a meritocracia como ideologia das elites é contagiosa e cruza fronteiras sociais.

Não adianta chorar, pois não sobrará nem leite para derramar na cidade, já que Doria pretende cortar até o programa Leve Leite, que dá 2 quilos de leite em pó por mês para as famílias com alunos matriculados na rede municipal de educação.

Bem vindos ao Velho Oeste de João Doria!

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Culturas das periferias nas ondas da Rádio Heliópolis


Sintonizaí! 

Nesta terça (31), às 16h, tem Agenda Cultural da Periferia na Rádio Comunitária Heliópolis FM. Tem dica cultural gratuita (sarau, lançamento de livros, bate-papo, apresentações de teatro, dança, música)? Madaí nesta mesma postagem (o link da atividade ou data, hora e local detalhados) e ouça pela internet: www.radioheliopolisfm.com.br ou sintonize 87,5 FM nas imediações da comunidade!

domingo, 29 de janeiro de 2017

Em SP, exposição sobre pichação política foi prorrogada até fevereiro na Passagem Literária da Consolação


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Uma ótima notícia para a cultura, a arte e a convivência democrática no espaço público urbano de São Paulo.

A exposição Opinião Pública Diret(a): pichação e política nas ruas das cidades, com mais de 40 fotografias que contam mais de uma década de registros de pichações políticas em cidades do Brasil e da América Latina, foi prorrogada até 28 de fevereiro na Passagem Literária da Consolação (esquina com a avenida Paulista).

Nenhuma das pichações fotografadas existe mais. Elas foram apagadas pelas decisões higienistas de governantes autoritários que pretendem deixar as cidades cinzas, mais frias e torná-las menos públicas para a maioria da população.

Do colorido das mensagens emitidas nos muros das cidades, sobrou apenas o registro fotográfico delas.

Faça uma visita, deixe sua mensagem, compartilhe e convide amig@s!

Exposição fotográfica "Opinião Pública Diret(a): pichação e política nas ruas das cidades"
Até 28 de fevereiro, nos horários: de segunda a sexta, das 7h30 às 20h; sábado, das 10h às 22h; domingo, das 16h às 20h; feriados, das 10h às 20h.
Passagem Literária da Consolação (esquina com a avenida Paulista), São Paulo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A periferia nas ondas da Rádio Heliópolis, especial "São Paulo 463 anos: as periferias no centro da cultura paulistana"

Bate papo com o poeta Costa Senna e jovens da Guatemala e República Dominicana no Bairro Educador UNAS Heliópolis.

Sintonizaí! 

Nesta terça (24), tem Agenda Cultural da Periferia na Rádio Comunitária Heliópolis FM, especial "São Paulo 463 anos: as periferias no centro da cultura paulistana". 

Tem dica cultural gratuita (sarau, lançamento de livros, bate-papo, apresentações de teatro, dança, música)? Madaí nesta mesma postagem (o link da atividade ou data, hora e local detalhados) e ouça pela internet: www.radioheliopolisfm.com.br ou sintonize 87,5 FM nas imediações da comunidade!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A periferia nas ondas da Rádio Heliópolis convida o poeta popular Costa Senna


Sintonizaí! 

Nesta terça (17), às 16h, tem Agenda Cultural da Periferia na Rádio Comunitária Heliópolis FM. Entre uma dica cultural e uma trilha sonora, recebo pra um bate-papo o poeta popular, cearence-paulsitano e sexagenário Costa Senna, que virá falar sobre "60 vezes eu", seu livro mais recente.

Tem dica cultural gratuita (sarau, lançamento de livros, bate-papo, apresentações de teatro, dança, música)? Madaí nesta mesma postagem (o link da atividade ou data, hora e local detalhados) e ouça pela internet: www.radioheliopolisfm.com.br ou sintonize 87,5 FM nas imediações da comunidade!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Em SP, exposição sobre pichação política ocupa Passagem Literária da Consolação


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A exposição "Opinião Pública Diret(a): pichação e política nas ruas das cidades", apresenta mais de 40 fotografias de mais de uma década de registros de pichações políticas em cidades do Brasil e da América Latina. 

Nenhuma das pichações registradas existe mais. Elas foram apagadas pelo higienismo cinza que marca a frieza da maioria das grandes cidades, sobrando apenas o registro fotográfico delas. 

A abertura está marcada para domingo, dia 15, a partir das 10h, na Passagem Literária da Consolação (esquina com a avenida Paulista). 

Faça uma visita, compartilhe e convide amig@s! 

Exposição fotográfica "Opinião Pública Diret(a): pichação e política nas ruas das cidades"
Abertura: domingo, dia 15, a partir das 10h
Passagem Literária da Consolação (esquina com a avenida Paulista), São Paulo

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A periferia nas ondas da Rádio Heliópolis



Sintonizaí! 

Apresento hoje (10), às 16h, o programa Agenda Cultural da Periferia na Rádio Comunitária Heliópolis FM. Ideias, músicas e dicas culturais das quebradas do mundaréu. 

Tem dica cultural gratuita (sarau, lançamento de livros, bate-papo, apresentações de teatro, dança, música)? 

Madaí nesta mesma postagem (o link da atividade ou data, hora e local detalhados) e ouça pela internet: www.radioheliopolisfm.com.br ou sintonize 87,5 FM nas imediações da comunidade!

domingo, 8 de janeiro de 2017

Ode ao massacre é parte do golpe

Jovens e negros são maioria da população carcerária brasileira

Em relação aos dados sobre cor/raça verificou-se que, em todo o período analisado (2005 a 2012), existiram mais negros presos no Brasil do que brancos.

Após o presidente Michel Temer ter chamado de "acidente" o massacre que já deixou mais de 90 pessoas presas mortas nos presídios do norte do país, foi a vez do secretario nacional de Juventude - a quem prefiro não mencionar o nome para que retorne as profundezas da insignificância e do anonimato - fazer elogios a matança e lamentar por não acontecer "uma chacina por semana". 

As declarações de representantes do governo não deixam dúvidas sobre a responsabilidade do Estado em mais este episódio lamentável de grave violação dos direitos humanos no Brasil. 

Ao referir-se ao massacre como "acidente", Temer assume, como em qualquer acidente, a possibilidade de evitá-lo por meio da prevenção. Uma vez ocorrido, cabe identificar os responsáveis pelas imprudências - no caso omissões - cometidas e responsabilizá-los, neste caso autoridades brasileiras, inclusive chefes de estado. 

Já sobre o agora ex-secretário de Juventude, que é filho de policial militar com carreira política no PMDB-MG, sua apologia ao massacre pode ser compreendida no âmbito de um governo que assumiu o poder por meio de golpe. 

Cabe destacar que a Secretaria Nacional de Juventude foi criada em 2005, pelo então presidente Lula, com objetivo de defender direitos da população jovem brasileira e criar políticas públicas que garantam seu desenvolvimento, inclusão e dignidade. 

Como se já não bastassem as declarações de Temer e seu ex-secretário nacional de Juventude, o ministro da casa civil, Eliseu Padilha, disse que o então secretário de Juventude "falou sobre um assunto que não era da área dele". 

O ministro está equivocado. Em 2015, a Secretaria Nacional de Juventude publicou um estudo inédito intitulado “Mapa do Encarceramento – Os jovens do Brasil”, uma publicação que faz parte do Plano Juventude Viva e traz um diagnóstico sobre o perfil da população carcerária no país. 

Realizado em parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República, da então Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, o estudo analisou dados do Sistema Integrado de Informação Penitenciária (InfoPen), e constatou que os jovens representavam 54,8% da população carcerária brasileira. 

Em relação aos dados sobre cor/raça verificou-se que, em todo o período analisado (2005 a 2012), existiram mais negros presos no Brasil do que brancos. 

Em números absolutos: em 2005 havia 92.052 negros presos e 62.569 brancos, ou seja, considerando-se a parcela da população carcerária para a qual havia informação sobre cor disponível, 58,4% era negra.

Já em 2012 havia 292.242 negros presos e 175.536 brancos, ou seja, 60,8% da população prisional era negra. 

O estudo concluiu que quanto mais cresce a população prisional no país, mais cresce o número de negros encarcerados. 

O relatório, ainda disponível na página oficial da secretaria, pode ser acessado na integra aqui: https://goo.gl/O1ZuGl!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A democracia passa ao largo dos presídios brasileiros

Foto: Divulgação

A democracia passa ao largo dos presídios brasileiros

Tenho recebido informações sobre o massacre ocorrido no presídio Anísio Jobim, no Amazonas, norte do Brasil. As informações ajudam a montar um quebra-cabeça sinistro que no conjunto contribui para que possamos compreender que o massacre de 60 pessoas presas não foi fruto de geração espontânea. O massacre era uma tragédia anunciada. 

Como defensor dos direitos humanos que conheceu de perto unidades de privação de liberdade no estado de São Paulo, repito, categoricamente, que, a despeito de presos organizados em grupos rivais no interior dos presídios, assim como de uma organização privada ter recebido milhares de reais para fazer a gestão das unidades prisionais, uma vez sob custódia judicial, a responsabilidade pela preservação da dignidade humana das pessoas presas é inteiramente do Estado, não só a representação do Amazonas, mas também a Federal.

Portanto, nem governador e seus secretários, nem ministro da justiça e seus representantes locais - que já tinham informações desde 2015 do que poderia acontecer e não tomaram medidas preventivas necessárias e suficientes -, estão isentos de responsabilidade pelo horror das mortes nos presídios do estado.

O que ocorreu no Amazonas pode acontecer a qualquer momento em qualquer outro estado, uma vez que a superlotação e as péssimas condições são regra nos presídios brasileiros.

Em 4º lugar no ranking mundial de pessoas presas, no Brasil, onde não há pena de morte, uma pessoa é assassinada a cada dia em presídios. São Paulo, por exemplo, tem a maior população carcerária do país, são aproximadamente 232.502 pessoas presas em unidades de privação de liberdade. Um barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento.

Embora tenha optado ainda pelo silêncio, o presidente Michel Temer, que, cinco dias após outro massacre, o do Carandiru, em 1992, tinha assumido a secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, também tem sua parcela de responsabilidade como chefe de estado.

Certamente, pela repercussão internacional do caso, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, que em outras ocasiões já havia chamado atenção do país pelas práticas sistemáticas de tortura, maus tratos e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes nas unidades de privação de liberdade, interpelará o Brasil por mais este massacre.

Quando isso ocorrer, ficará claro a responsabilidade das autoridades brasileiras quando tiverem que dar explicações consistentes perante o órgão que tem prerrogativas para condenar países e autoridades por autoria ou omissão de violações de direitos humanos, como é o caso do Brasil.

O problema começa com o Judiciário que opta pela entrada cada vez mais elevada de pessoas nos presídios brasileiros. O mesmo Judiciário é omisso no monitoramento das execuções penais previstas em lei.

Neste sentido, o Brasil caminha para um colapso em seu sistema prisional há muito tempo denunciado por organizações de defesa dos direitos humanos.

Desde o fim da ditadura civil-militar, a democracia passa ao largo do sistema prisional brasileiro. Sobra pena demais para negros e pobres onde há ausência de direitos e cidadania. O resultado disso é o medo e a violência generalizada, caminho aberto para a barbárie que não se limita aos muros dos presídios brasileiros.

O Estado precisa rever seus sistemas de Justiça, Penal e Prisional. Desencarcerar é uma política humanitária que o Brasil precisa adotar com urgência!

Ruivo Lopes, educador, pedagogo e defensor dos direitos humanos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Leiaí, "O Alien da Linha Azul", novo livro de poesia de Willian Delarte

O Alien da Linha Azul (poesia)Leiaí | Embora lançado em 2016, "O Alien da Linha Azul", lançado pela Edições Incendiárias, do poeta e contista do bairro Brasilândia, zona norte de São Paulo, Willian Delarte, abre minha dica de leitura deste ano.

Dividido em duas partes, "A margem é o eixo de tudo" e "Periferia é o centro do mundo", o livro registra mais de 60 poemas e aforismos de cunho social imersos na paisagem do autor.

O livro trás ainda, nas orelhas e contracapa, comentários de um time de escritores e agentes culturais abordando o livro e contribuindo para traçar o perfil do autor.

Para a ocasião, escrevi:

"Se poesia é síntese, Willian Delarte a faz com maestria. Os poemas reunidos em O Alien da Linha Azul traz novamente o poeta para o que parece ser sua vocação, a poesia. Poemas urbanos. Do busão pra Brasa, do Alemão pra Rocinha, de Gramacho, da Santa Cecília pra Palestina - em pedaços. São registros de personagens: Amarildo, Estamira, Madiba, sem esquecer os anônimos 'sem qualquer misericórdia'. O autor confessa que 'poetas ganham da madrugada o que se perde em vários meses'. Taí a pista dada pelo poeta, já que poesia não se ensina. Siga-a!"

Recomendo a leitura!

Livro: “O Alien da Linha Azul ", 116 páginas
Gênero: Poesia
Autor: Willian Delarte
Editora: Edições Incendiárias, 2016
Contato: (11) 96609-8994
Facebook: Willian Delarte
Blog: www.williandelarte.blogspot.com.br

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Ninguém é inocente

[Foto: divulgação]

Ninguém é inocente

Não só Manaus, como também o Brasil e o mundo, sabiam que o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), o maior do estado e em condições desumanas, era um barril de pólvora prestes a explodir. A tragédia , que deixou ao menos 60 presos mortos - decapitados e mutilados -, era anunciada. Não é de hoje que os presídios brasileiros estão entre as piores instituições de privação de liberdade do mundo. Um verdadeiro inferno na Terra!

Há décadas, todos os anos, organizações nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos criticam o sistema prisional brasileiro, o aumento vertiginoso do encarceramento em massa, as péssimas condições das instituições dos presídios e as práticas sistemáticas de tortura, maus tratos e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes.

É inaceitável, negligente e, portanto, criminosa a narrativa de que presos organizados em grupos dominem, rivalizem e promovam tantas mortes horríveis no seio de instituições inertes que pertencem ao sistema de Justiça e Segurança Pública brasileiros. Ninguém é inocente quando pessoas cumprindo pena sob a guarda do Estado - em qualquer circunstâncias - tem a sua dignidade humana brutalmente atacada.

Admitir que pessoas presas em condições desumanas e degradantes, que são regra nos presídios brasileiros, tem o controle das unidades é admitir a falência do Estado. Instituições de privação de liberdade são instituições totais e disciplinares, como diria Foucault, mas para o secretário de Segurança do Amazonas, que afirmou numa entrevista que, apesar do massacre, a situação já estava "sob controle", isso parece conveniência.

O sistema de Justiça, por pior e seletivo que seja - pessoas negras e pobres são regra nos presídios brasileiros -, deveria ser um anteparo da barbárie. É o sistema de Justiça que deveria exercer o controle sobre as unidades prisionais como previsto na Constituição, na Lei de Execuções Penais e nos Tratados Internacionais de Direitos Humanos assinados pelo Brasil. Quando negligente, o Estado brasileiro passa também a ser conivente com a barbárie e, portanto, também comete crime de responsabilidade.

Um juiz que participou da negociação com os presos para convencê-los a terminar a rebelião, disse, na ocasião, que nunca tinha visto nada parecido em sua vida, referindo-se aos corpos mutilados encontrados no presídio. Ora, no momento da rebelião, havia no presídio 1.224 pessoas presas, embora a lotação seja de 454. O juiz ainda não tinha visto, comunicado e alertado sobre a superlotação, como manda a Lei, causa de inúmeras rebeliões nos presídios brasileiros?

Desde o massacre de ao menos 111 pessoas presas, no extinto Carandiru, em 1992, em São Paulo, sucessivos governos fracassam e negligenciam o tratamento dado as pessoas presas no Brasil. Em 2002, 27 pessoas foram mortas no presídio Urso Branco, em Rondônia; em 2004, mais 30 mortos no presídio Benfica, no Rio de Janeiro; e em 2013, mais 13 mortos em Pedrinhas, no Maranhão. Agora, ao menos mais 60 em Manaus.

Enquanto o Judiciário parece determinar prisões e penas a atacado, o número de pessoas presas no Brasil só tem aumentado, contando atualmente com 656 mil pessoas presas. E os números não param de crescer ano a ano, chamando atenção de organizações de defesa dos direitos humanos que pedem pelo fim do encarceramento em massa no País.

Cada vez mais entorpecida por um sentimento de vingança, a sociedade brasileira parece anestesiada diante da gravidade de que em se tratando de mortes que ocorreram sob a guarda do Estado, ela também responsável. Confundindo justiça com vingança, legitima e retroalimenta sua participação na barbárie.

Não importa os crimes que cometeram. Quando uma pessoa cumpre pena num presídio ela deve ter sua dignidade respeitada e protegida conforme a Lei. Não permitir a vingança é a melhor lição que o Estado e, portanto, a sociedade, pode oferecer as pessoa presas.

Não se sabe quando, aonde nem quantos mais mortos em presídios brasileiros poderão vir na sequência. Enquanto o respeito aos direitos humanos não for realidade nos presídios e a Justiça brasileira não promover o desencarceramento em massa, a marcha fúnebre, infelizmente, prosseguirá!

Ruivo Lopes, educador, pedagogo e defensor dos direitos humanos.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Abrimos caminhos para uma São Paulo melhor


Abrimos caminhos para uma São Paulo melhor

Entre os anos de 2014 e 2015, participei do Grupo de Trabalho que elaborou o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas de São Paulo. Formado por representantes da sociedade civil, especialistas, do Executivo e Legislativo municipais, o GT foi responsável por elaborar o primeiro Plano desta natureza na cidade de São Paulo. Depois de elaborado, o PMLLLB foi instituído pela Lei nº 16.333, na Câmara Municipal, pelo vereador Antonio Donato (PT), e sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em dezembro de 2015. De responsabilidade executiva da Secretaria Municipal de Cultura e da Secretaria Municipal de Educação, o PMLLLB foi elaborado em um processo participativo, democrático e popular.

Dos princípios fundamentais do PMLLLB que definimos, destaco: “o reconhecimento à leitura como direito humano, a compreensão de sua natureza formativa e o incentivo à imaginação, à criação e à educação literária”; “o estímulo à bibliodiversidade, em todas as suas formas”; “a defesa e a promoção da diversidade cultural, de gênero, étnico-racial, política e de pensamento”; “o reconhecimento às tradições escritas e orais”; e finalmente, “a leitura e a escrita como meios fundamentais de produção, reflexão e difusão da cultura, da informação e do conhecimento”.

Princípios que orientam os objetivos do PMLLLB, dos quais destaco: “tornar São Paulo uma cidade leitora de expressiva produção literária, com políticas concretas e equipamentos condizentes e presentes em todas as regiões”; e “promover e fomentar a literatura não-hegemônica, a literatura marginal periférica e a literatura de mulheres, negros e LGBT”.

Para assegurar que os programas, projetos, aprimoramentos, ações, iniciativas e investimentos nas áreas específicas do PMLLLB se tornassem realidade, inserimos na Lei um conjunto de metas de curto, médio e longo prazo nos seguintes eixos que estruturam o Plano: “democratização do acesso”; “fomento à leitura e à formação de mediadores”; “valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico”; “desenvolvimento da economia do livro”; e por fim, “literatura”.

Pois bem, em 2016, fui convidado para coordenar a Divisão de Programação Cultural do Sistema Municipal de Bibliotecas (SMB) de São Paulo. Aceitei o convite porque, comprometido com os princípios, objetivos e metas do PMLLLB, eu poderia contribuir para que a programação cultural do SMB, o maior da América Latina com unidades e serviços presentes em todas as regiões da Cidade, pudesse expressar o que havíamos previsto no Plano, agora, não mais como ações isoladas, mas articuladas como política pública para potencializar ações nas áreas do livro, leitura, literatura e bibliotecas em São Paulo.

Para orientar meu trabalho, recebi da coordenação do SMB diretrizes que foram inspiradas pelo PMLLLB, das quais destaco:

“O eixo norteador das ações em 2016 será o da mediação de leituras. Pode ser leitura do mundo como dizia Paulo Freire ou de leitura literária como a promovida pela Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB) ao longo dos últimos anos. (...) Deve propiciar a construção e a reelaboração de significados, a reflexão e a inclusão, a formação de sujeitos críticos, a troca de experiências e o convívio social.”;

“É fundamental a aproximação da Biblioteca com seu território refletida na formação, no desenvolvimento do acervo, na democratização do acesso, na oferta de programação e no trabalho em rede com outros espaços de leitura e de manifestações culturais.”;

E por fim:

“As ações devem sempre considerar que a CSMB integra uma rede de instituições públicas culturais, educacionais, de direitos humanos, etc que podem e devem ser parceiras e empoderadoras de nossos objetivos.”

Tendo como base o PMLLLB e as diretrizes de trabalho do SMB para 2016, coordenei a Divisão de Programação Cultural amparado no tripé “Territorialização da programação cultural”; “Promoção da diversidade cultural” e “Formação cultural”.

Foi baseado neste tripé que a Divisão de Programação Cultural do SMB planejou e investiu os recursos reservados a programação cultural das bibliotecas públicas municipais. Vou apresentar alguns destaques da programação cultural promovida pela Divisão.

Começo pelo investimento na iniciativa Bibliotecas em Ação, programações definidas pelas próprias bibliotecas e articuladas com artistas locais, que em 2016 mais que triplicou.

Além das apresentações nas bibliotecas, os 22 saraus que participam do programa “Literatura Periférica: Veia e Ventania nas bibliotecas de São Paulo”, também se apresentaram todos os dias na 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.

Com presença negra, indígena e de mulheres, foi realizada a 12ª edição do Festival “A arte de contar histórias”, 11ª edição do Fanzines nas Zonas de Sampa e mais uma edição do Agosto Caipira, dedicada a cultura popular paulista.

Foram realizadas também dezenas de cursos, oficinas e outras programações culturais de caráter formativo, como o curso de Contadores de Histórias, os encontros com autores em parceria com a editora Boitempo e os encontros promovidos pelo coletivo “Terça Afro” e o “Contextura Negra”, ambos dedicados a produção cultural africana, afro-brasileira e negra, também tiveram espaço na programação cultural das bibliotecas.

Fomos parceiros de importantes iniciativas dedicadas ao livro, leitura e literatura na Cidade e que realizamos nas bibliotecas, das quais destaco a 2ª FELIZS (Feira Literária da Zona Sul), organizada pelo Sarau do Binho; a 2ª FLICT (Festa Literária de Cidade Tiradentes), organizado pelo Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes e em colaboração com a Biblioteca Comunitária Solano Trindade; o 7º Festival do Livro e Literatura de São Miguel Paulista, organizado pela Fundação Tide Setubal; da 11ª Balada Literária; 6ª Estéticas das Periferias, organizado pela Ação Educativa; edição “Livro” do Festival do Minuto, etc.

Dezenas de outras programações foram realizadas pelas próprias equipes do SMB, e outras tantas programações foram realizadas em incríveis parcerias com escritores/as que promoveram encontros literários nas bibliotecas públicas municipais.

Além disso, assinamos compromissos com os mais diversos coletivos culturais de São Paulo para, caso fossem aprovados em editais públicos de fomento, realizassem ações de natureza artística nas bibliotecas públicas municipais em 2017. Dentre elas, uma iniciativa incrível de contação de histórias que promove a diversidade LGBT. 

Em resumo, a Divisão de Programação Cultural do SMB promoveu a distribuição da programação cultural considerando os mais diversos territórios da Cidade onde há bibliotecas e serviços vinculados como Pontos de Leitura e Bosques de Leitura, promovendo a diversidade cultural e estimulando a formação cultural de público. Não tivemos tempo para fazer tudo o que queríamos, mas também não foi pouco o que fizemos!

Abrimos caminhos, criamos as condições necessárias para uma Cidade leitora. O mais importante é que São Paulo conta hoje com uma política pública consistente e exclusiva para o livro, leitura, literatura e bibliotecas. Na Divisão de Programação Cultural do SMB da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo, experimentamos, ousamos e vencemos inúmeros desafios. Não tenho dúvida, sendo parte da gestão pública municipal, dedicado ao bem público como sendo bem comum, fizemos de São Paulo uma Cidade melhor!

Agradeço ao Waltemir Nalles, o Miro, então coordenador do SMB, pelo convite, confiança e apoio necessário para que o trabalho da Divisão de Programação Cultural fosse realizado como havíamos desejado. Agradecimento que estendo a equipe que compõe a Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas. Agradeço especialmente a equipe que coordenei na Divisão, sem a qual eu não teria o que dizer nesta carta. Agradeço a Maria do Rosário, por ter permitido meu ingresso na Secretaria Municipal de Cultura. Agradecimento que estendo a sua equipe na SMC. Agradeço também ao Fernando Haddad por permitir minha segunda contribuição em sua inovadora gestão pública. Em 2013, iniciamos na Cidade o que viria a ser a política de participação social. Haddad abriu caminhos, derrotou a Cidade proibida e criou as condições necessárias para uma São Paulo melhor!

Deixo a coordenação da Divisão de Programação Cultural do SMB, com a certeza de que “sou mais bibliotecas públicas”!

São Paulo, 02 de janeiro de 2017.

Ruivo Lopes, educador e pedagogo.