Tambor, tambor vai buscar quem mora longe...
Ô meu tambor, que é feito de
couro e pau
vai buscar todos os poetas pra falar no meu Sarau...
Ouvindo o
som do meu tambor e também do berimbau
Vem chegando os poetas pra falar no
meu Sarau...
O Sarau é coisa boa, com amigos é mais legal
Vem chegando os
poetas pra falar no meu Sarau...
- Tambor, de Coletivo
Cultural Poesia na Brasa
Ouça o chamado do tambor e venha se aquecer no calor humano do
Sarau da
Ocupa, no centro nervoso de São Paulo. O povo tem um encontro marcado
na
quarta-feira, 8 de julho, a partir das 19h30, na Avenida São João,
nº 588 (próximo a Galeria Olido), pra celebrar a sabedoria popular no
melhor estilo ritmo e poesia que já se ouviu na praça.
Nesta noite, o Sarau vai acolher o
Coletivo Cultural (Sarau) Poesia na Brasa pro lançamento do livro
Antologia
Poética da Brasa, Volume IV. O livro é "um sarau impresso"! Ao todo são
47 participantes que colaboraram com textos, poemas (44 no total!) e registros
fotográficos. O livro marca os 4 anos de atividade do Coletivo/Sarau e foi
lançado na base do apoio e compromisso entre coletivos culturais que atuam na
periferia, sendo a maioria da zona norte de SP. No lançamento, o livro será
vendido a preço popular.
Em atividade desde 2008 e 11 livros
lançados, o
Coletivo Cultural (Sarau) Poesia na Brasa é um
movimento cultural enraizado na zona norte, atua principalmente na Vila
Brasilândia. Tem como objetivo produzir e divulgar a arte da periferia nos
espaços de troca de ideias, do compromisso da palavra falada e de expressão dos
periféricos, sejam eles um bar, escolas, centros culturais, praças, ruas ou
unidades de privação de liberdade. Os poetas, poetisas e apreciadores da
literatura periférica atendem quinzenalmente o chamado ancestral do tambor e
participam do
Sarau Poesia na Brasa, realizado com muita
originalidade e independência pelo Coletivo.
Algumas
palavras presentes na Antologia:
"Palavras em papéis são gritos
de indignação, de denúncia, mas também são sonhos libertos, são perfumes e cores
que fazem a vida amanhecer", por
Sônia Bischain, na abertura da
Antologia.
"... não esperamos mais, pensamos agora soluções, planejamos
trabalhos que movimentem o capital da cultura para a periferia", por
Coletivo Cultural Poesia na Brasa, na Apresentação da
Antologia.
"Na periferia, resistimos. Da nossa forma, com pedras ou
peoemas, resistimos. Os trabalhadores e periféricos se levantam. O espaço do
Sarau é também um foco de resistência. Queremos um mundo que não seja dividido
entre periferia e centro, entre oprimidos e opressores, entre exploradores e
explorados. O trabalho do Coletivo Cultural Poesia na Brasa tem significado nada
menos do que a possibilidade de realizar sonhos, de mudar pessoas, de despertar
emoções adormecidas", por
Flávia Rosa, no Prefácio da
Antologia.
"A periferia se arma de conhecimento, a munição é o livro e os
disparos vêm das letras... e é por isso que a elite teme!", por
Coletivo
Cultural Poesia na Brasa, no manifesto
A Elite Treme, presente
na Antologia.
O Sarau também vai arrecadar alimentos pras famílias sem
teto. Então,
se puder, traga 1kg de alimento não perecível pra
doação. Só não fique de fora!
Não esqueça a sua letra, poesia,
rima ou ideia. Se preferir escolha ou faça na hora, sem deixar o ritmo e a
poesia caírem.
Em noite de Sarau, um banquete de livros é servido e fica
sempre a disposição. Pode somar porque é tudo gente da gente, é tudo
gente como a gente!
Confira
quem passou pelo último Sarau da Ocupa, na noite em que o poeta
Victor Rodrigues esteve
lá pro lançamento do seu primeiro livro
Praga de Poeta.
Eu e Victor Rodrigues que lançou seu Praga de Poeta no Sarau
Poetas, poetisas e gente que aprecia
poesia com calor humano
Poetas, poetisas e gente que aprecia
poesia com calor humano
Afinal, a cultura é nossa!
[Fotos Chellmí e Ocupação
Cultural]