segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Literatura periférica ganha espaço fora do circuito de saraus


Slam do Grito, realizado no Sacomã, é um dos 15 torneios de poesia do país (Crédito: Cinthia Gomes/CBN)
Slam do Grito, realizado no Sacomã, é um dos 15 torneios de poesia do país
(Crédito: Cinthia Gomes/CBN)

Literatura periférica ganha espaço fora do circuito de saraus

Por Cinthia Gomes/CBN

Livros e autores marginais circulam por todo o Brasil e até outros países, além de começarem a chegar ao sistema de ensino. Novas formas de apresentação, como o slam, uma competição de poesia, têm contribuído para a expansão.

No começo de junho, ocorre a Copa do Mundo de poesia, em Paris. O evento terá a participação de competidores de 24 países, entre eles o Brasil. O mineiro João Paiva venceu o torneio nacional Slam BR no fim de 2014 e se classificou para representar o país. Ele aposta na performance para conquistar os jurados franceses.

O slam foi criado nos Estados Unidos na década de 1980 e chegou ao Brasil há sete anos. Atualmente, existem 15 competições em todo o país. Trata-se de uma apresentação de poemas próprios sem a utilização de acompanhamento musical, cenário ou outros elementos. A interpretação é feita apenas com o uso da voz e do corpo. E já existem diversas modalidades, como explica o organizador do Slam do Grito, Lews Barbosa.

A literatura periférica tem circulado cada vez mais também fora da periferia. No ano passado, os saraus de São Paulo foram convidados para a Feira do Livro de Buenos Aires, na Argentina. O poeta Binho, que organiza um sarau com o nome dele em Taboão da Serra, na Região Metropolitana, participou da viagem.

E, por causa da importância da atuação dos saraus no incentivo à leitura em bairros afastados da região central de São Paulo, o segmento foi incluído nas discussões do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca. Um dos representantes da literatura periférica na elaboração do plano, o escritor Ruivo Lopes, do coletivo Perifatividade, explica que eles reivindicam maior diversidade de autores e editoras nos livros adquiridos para as bibliotecas públicas.

A expectativa é que o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca da capital paulista seja finalizado em julho depois da realização de audiências públicas.

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