domingo, 11 de novembro de 2012

São Paulo: pinga-fogo


Conta...
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse na manhã da última quinta-feira, 8, que o momento violento pelo qual o Estado passa está  perto de acabar. "As mortes já estão em processo de queda. Eu tenho feito um acompanhamento diário, elas já estão caindo, estão acontecendo em um ritmo bem menor", respondeu sobre as mortes que continuam acontecendo na capital.
 
... outra
Somente entre sexta-feira, 9, e sábado, 10, foram registradas 15 mortes em apenas 17 horas!
 
Será...
O governador anunciou que vai dobrar a indenização para os familiares de policiais mortos. Para cada policial civil, militar ou agente penitenciário será pago R$ 200 mil. "E não será apenas para o policial no seu trabalho, e sim na sua condição de policial. Aquele caso em que a pessoa estava de folga, mas o óbito foi decorrente da condição policial, o seguro vai cobrir", disse.
 
... que o seguro vai cobrir?
Por enquanto, nenhuma palavra oficial sobre qualquer indenização ou assistência para as famílias de civis assassinados por policiais.
 
1 + 1...
Jornalistas da imprensa dominante em São Paulo abriram mão da investigação e detalhes das ocorrências de assassinatos, como a biografia das vítimas,  e passaram a contar os corpos e compor gráficos num jogo matemático desequilibrado e perverso.
 
Lavando as mãos
Paraisópolis foi vitrine da campanha do candidato José Serra na última eleição para a Prefeitura de São Paulo. Durante a campanha, Serra mostrava Paraisópolis como modelo de urbanização na cidade. Serra perdeu a eleição. Logo em seguida, a Secretaria de Segurança Pública deu início a Operação Saturação que contou com a participação de mais de 600 policiais para cercar Paraisópolis por tempo indeterminado.
 
Pacto...
Mas é o jornalista Bob Fernandes que cutuca a ferida. Diz ele que por trás da guerra nas ruas de São Paulo teriam sido rompidos "códigos de conduta" entre PM e PCC.

... de sangue
Segue o jornalista: "Há quem negue a existência de tais códigos, mas eles existem: a polícia tem seus códigos não escritos e os criminosos também têm. E ambos têm um código em comum. Pela quantidade de mortos, é evidente que algum tipo de código, ou de acordo - ou de acordos - foi rompido", opina.
 
Enquanto isso...
Nas periferias de São Paulo, fala-se cada vez mais da imposição do toque de recolher que obriga moradores a não saírem nas ruas a partir de determinados horários, fechar o comércio, suspender aulas e limitar a circulação de ônibus. O secretário de segurança nega, mas é um comerciante quem diz: "Não vou esperar para ver".

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